Uma moção de aplausos assinada por cinco parlamentares na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) destaca a passagem dos 152 anos do nascimento de Eugênia Ana dos Santos, a Mãe Aninha, fundadora do terreiro de candomblé Ilê Axé Opô Afonjá no bairro do Cabula, em Salvador.
Filha de africanos, a ialorixá Eugênia Ana dos Santos, mais conhecida como Mãe Aninha, nasceu na capital baiana em 13 de julho de 1869. Seu terreiro serviu de modelo para muitos outros e para o próprio desenvolvimento da religião no Brasil. Na homenagem, os deputados e deputadas citam o reconhecimento que o espaço religioso possui, a exemplo do tombamento, em 2000, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e inscrição nos livros do Tombo Histórico e do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico.
O terreiro ocupa uma área de cerca de 39.000 metros quadrados, contendo edificações de uso religioso e habitacional que ocupam cerca de 1/3 do total do terreno em sua parte mais alta e plana. O restante, conforme mostram dados do Iphan, é ocupado pela área de vegetação densa que constitui, nos dias de hoje, o único espaço verde das redondezas.
Os parlamentares explicam ainda que Mãe Aninha teve papel importante, com auxílio do seu filho-de-santo Oswaldo Aranha, na promulgação do Decreto-lei 1202, durante o governo Getúlio Vargas. O artigo proibia o embargo sobre o exercício da religião do candomblé no Brasil. “Com efeito, exsurge dessa síntese a relevância da ialorixá Obá Biyi, como também era conhecida a Mãe Aninha, que foi imprescindível para o desenvolvimento do candomblé no Brasil e também no mundo”, frisa o documento.
A moção de aplausos pelos 152 anos de nascimento de Mãe Aninha é assinada por Fabíola Mansur (PSB), Olívia Santana (PC do B), Robinson Almeida Lula (PT), Hilton Coelho (Psol) e Jurandy Oliveira (PP).