Segundo a Polícia Militar, a dona de casa Bernadete Alves de Menezes, acusada de facilitar o estupro das próprias filhas menores de idade, permitia os abusos por medo de ser abandonada pelo companheiro, Adriano Santos Nascimento – um dos acusados. Ela e o companheiro foram presos na quarta-feira (4), em Jeremoabo, no Nordeste do estado, junto com o primo dele, Benival Santos Ferreira.
As vítimas, duas adolescentes de 12 e 13 anos, viviam com a mãe e Adriano. “Era uma casa pequena e todos dormiam no mesmo cômodo. Ela fechou os olhos, porque não tinha como alguém manter relações com as filhas e ela não perceber”, explica o delegado Ailton José de Souza, titular da Delegacia de Jeremoabo.
As supostas festas promovidas por Bernadete eram na verdade, encontros em casa, nos quais Adriano ficava bebendo com os amigos. Segundo o delegado, os a maioria dos encontros aconteciam somente com Benival, mas em alguns momentos outras pessoas freqüentaram a casa. Porém, até o momento, as investigações apontam que somente Adriano e Benival cometeram os estupros.
Os dois agressores não tinham emprego fixo e faziam bicos na região. Em depoimento, Benival afirmou que era o namorado da mais nova desde que ela tinha 11 anos. Já as investigações apontam que Adriano, cometeu abusos contra as duas.
Ainda de acordo com o delegado, a mãe estava presente durante os abusos. “Ela acreditava que não era nada. Ela foi cúmplice pela omissão, por medo de perder o companheiro, mas ela tinha ciência do que estava ocorrendo”, diz o delegado. Bernadete e irá responder por estupro de vulnerável – junto com os outros dois acusados – por conta do seu dever legal como responsável das vítimas, o que gera uma responsabilidade penal.
As meninas foram encaminhadas ao Conselho Tutelar da cidade. Elas têm pai, mas o homem vivia separado de Bernadete e, segundo a polícia, não sabia do que estava acontecendo. “Agora, é possível que elas venham a morar com ele”, explicou o delegado. Os três acusados foram encaminhados ao Presídio de Paulo Afonso e devem responder por estupro de vulnerável, pela Lei Maria da Penha e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).