Familiares de estudantes do Instituto Federal da Bahia (IFBA), em Salvador, participaram, nesta sexta-feira (12), do terceiro encontro de formação sobre “Drogas: Prevenção e Redução de Danos”, projeto realizado pelo Programa Corra pro Abraço, da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) da Bahia, em parceria com o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) AD II – Gregório de Matos e com a Aliança de Redução de Danos Fátima Cavalcanti da UFBA.
A ação conjunta, que já contemplou anteriormente alunos e a equipe técnica da instituição, tem o objetivo de propor reflexões e estratégias de prevenção relacionadas ao uso abusivo de drogas pelos estudantes, mantendo o diálogo entre escola, família e sociedade. A proposta é formar, ao final, um grupo de trabalho com a comunidade IFBA, composto por representantes de cada grupo participante.
“Para nós, é fundamental discutirmos o tema abertamente na escola e inseri-lo na educação. Com a participação da comunidade, vamos entender como os estudantes enxergam o uso de drogas e poderemos pensar e construir juntos o melhor caminho para traçar intervenções e cuidados”, ressaltou Iago Lobo, psicólogo e supervisor de campo do Corra pro Abraço – Rua.
Além de questões como tipos de drogas e de usuários, contextos e reações individuais de uso, vínculos familiares e o conceito de “redução de danos”, o bate-papo abordou a relação entre drogas e o genocídio da população negra, em que as principais vítimas são jovens negros, de 18 a 25 anos, moradores da periferia.
“A redução de danos é uma alternativa para minimizar julgamentos de que ou você é criminoso ou é doente se fizer uso de substâncias psicoativas”, comentou Marco Manso, da Aliança de RD da UFBA. “A temática é usada para justificar muitas ações e queremos apresentar um olhar diferente para vocês do que a mídia traz sobre o uso de drogas”, acrescentou a psicóloga Renata Pimentel, também coordenadora de Educação Permanente do CAPS Gregório de Matos, que fez uma retrospectiva histórica e social do tema.
O corpo docente da instituição foi representado pelo professor e diretor do IFBA Campus Salvador, Albertino Nascimento, e pelas professoras e diretoras de Ensino e de Ensino Técnico, Catiane Rocha e Débora Suedde, respectivamente.
Para a marisqueira, Eliene Conceição Sacramento, 42, mãe de um aluno do primeiro ano do IFBA, o debate é importante para a formação dos jovens. “As drogas já estão aí e não podemos ficar de braços cruzados. Ouvir os palestrantes abriu meus olhos para muitas questões. Eu espero que o trabalho daqui saia e chegue às comunidades”, disse.