Quem mora fora da capital em especial nas zonas rurais sabe de toda a dificuldade que é enfrentada para o acesso aos serviços básicos como saúde e educação. Na contra mão dessa regra, o distrito de São José do Itaporã que fica em Muritiba localizado a cerca de 120 km de Salvador, iniciou um audacioso projeto através do professor Joilson Fiúza para levar conhecimento e oportunizar o acesso de jovens do campo à universidade.
Formado em História pela UFRB e especialista em História Afro e indígena pelo IF Baiano campus Governador Mangabeira, Fiúza arregimentou diversos professores de variadas áreas do conhecimento para juntos montarem a grade e iniciar o projeto. A iniciativa é a primeira em 100 anos, pois nunca no distrito se teve um módulo preparatório gratuito e aberto não só ao distrito, mas para diversas comunidades do entorno.
Neste domingo dia 27, o sentimento foi de saudade e esperança por novos dias. Após cinco meses, as atividades do Movimenta Cursinho foram encerradas com uma ampla discussão sobre a importância da educação para transformar vidas sempre agregando com a justiça social. Para o professor Joilson Fiúza que é filho da comunidade, o cursinho tem um papel fundamental de devolver sonhos.
“Obrigado aos colaboradores que acreditaram nesse projeto promissor, que ajudaram a construir uma política de educação séria, comprometida, amorosa e transformadora para a juventude rural do São José. Fizemos mais, devolvemos sonhos, possibilitamos que essa juventude sonhasse com um futuro melhor e de oportunidades. Quando me formei, decidi continuar morando e trabalhando no São José porque entendi que precisava contribuir de alguma forma com os jovens daqui. Meu umbigo está enterrado nesse chão, é aqui que irei continuar defendendo o que acredito – a educação -, e com os moradores do meu distrito, tenho um compromisso”, finalizou.
Sobre o projeto
O projeto nasce do engajamento de jovens professores do distrito do São José do Itaporã preocupados com a juventude local e com uma educação de qualidade pra todxs, inclusiva e como ferramenta de transformação social. O Movimenta Cursinho foi pensando para os estudantes da comunidade local oriundos de classes populares, filhos e filhas de trabalhadores rurais, quilombolas e concluintes do Ensino Médio que estavam longe da sala de aula a muito anos.