A amazonense Mayra Dias, 27, promete ser um dos destaques da final do Miss Universo 2018, que acontece neste domingo (16), e será transmitido no Brasil, ao vivo, a partir das 22h pela TNT e pela Band TV, diretamente de Bancoc, na Tailândia.
“Estou confiante e ansiosa para representar o Brasil e realizar mais esse sonho”, disse Dias. “São muitas mulheres maravilhosas, cada uma com um potencial diferente. Tenho conhecido ótimas mulheres de diferentes partes do planeta, diferentes culturas, e cada uma tem a sua riqueza”, comentou sobre as concorrentes.
A brasileira chamou atenção da imprensa mundial esta semana com a apresentação de seu traje típico, inspirado em um beija-flor, feito pelos mesmos designers das fantasias da festa de Parintins. “Fiquei extremamente feliz com a repercussão, principalmente por poder representar a cultura do meu estado e Parintins, que conta artistas tão talentosos, como Helerson da Maia que criou meu figurino”.
Para João Ricardo Camilo Dias, curador do blog Miss Brazil On Board, especializado em concursos de beleza, as chances de Mayra crescem por sua experiência.
“Ela participou de grandes concursos nacionais e internacionais, e sua causa social com ênfase na defesa da Amazônia já a projetou como um princípio de beleza com propósito. Está entre as favoritas da América latina, sim, ao lado de Costa Rica, Equador, Porto Rico e El Salvador”, analisou.
Camilo também aponta que a brasileira teve um bom desempenho no desfile preliminar classificatório, que ocorreu na manhã desta quinta. “Mayra está muito bem assessorada, com guarda-roupa adequado que valoriza a fluidez e calçados incrivelmente bem escolhidos. O destaque é para seu vestido de gala, uma peça de excelente acabamento que parece ter sido costurado em seu próprio corpo. Sem falar no traje típico, cuja apresentação deixou a plateia esfuziante! Ela foi ovacionada” disse.
Para ele, além de Mayra, as misses mais fortes desse ano são Vietnã, Canadá, Filipinas, África do Sul, Porto Rico e Estados Unidos. O Brasil, já venceu o concurso duas vezes em 1963 e 1968, a última vez que uma amazonense participou foi em 1957, com Terezinha Morango, que alcançou o segundo lugar.
COMPETIÇÃO RENOVADA
O Miss Universo é considerado uma das mais importantes competições de beleza do planeta ao lado do Miss Mundo, e chega à sua 67ª edição com um fôlego diferente. Desde que o presidente americano Donald Trump vendeu os direitos do concurso para a IMG, o certame vem tentando com muito afinco se renovar.
Desde 2014, primeiro ano da nova gestão, a disputa incorporou um formato mais dinâmico e inclusivo, sempre tentando ser viral. A meta é fazer o concurso ser “pop” de novo, mas agora em uma sociedade onde a mulher possui papel e voz mais presentes. É um grande desafio para esse tipo de evento, que historicamente evidencia a beleza física e objetificação do corpo feminino.
Fato que evidencia esse esforço da organização é que, este ano, pela primeira vez, a bancada de jurados que elege a vencedora será 100% feminina. Outros elementos dos últimos anos são a insistente escalação do humorista americano Steve Harvey na apresentação -aquele que errou o anúncio da vencedora-, o destaque para misses mais gordinhas e a abertura para candidatas transexuais.
Nesta edição, a espanhola Angela Ponce faz história ao ser a primeira postulante transgênero na corrida pela coroa, que conta com um total de 94 misses.
Além disso, modernizaram o palco e a dinâmica do show, com mais humor e interação com as finalistas. Também reforçaram a itinerância anual do país sede e também das vencedoras: as últimas foram África do Sul, França, Filipinas e Colômbia. Para se ter uma ideia, de 2005 a 2014, oito das dez vencedoras eram do continente americano, sendo seis delas latinas.
Outro ponto de atenção da disputa deste ano é um vídeo em que a Miss EUA, Sarah Rose Summers, 23, critica a habilidade de algumas concorrentes de se comunicar em inglês. Isso inclui a Miss Camboja e até a Miss Brasil. Nas redes sociais, Summers está sendo apontada como xenófoba.
“Duvido muito que tenha acontecido por motivos xenófobos. A americana tem se mostrado uma grande companheira e envolta em carisma. Infelizmente faz parte de nosso tempo este tipo de interpretação, onde vale a percepção negativa das coisas motivadas pela própria necessidade de se ter uma polêmica como factoide. Não acredito em má intenção”, observa Camilo.
Já a Miss Brasil, desconversa sobre a questão: “Não tive muito tempo de acompanhar essa repercussão”. Com informações da Folhapress.
© Reuters / Athit Perawongmetha