“[…] Não tem ‘Exumaré’ e nem ‘Exucaveira’, meu Deus manda em São Tomé e na Engomadeira. Atrás da Cruz, atrás da Cruz, eu profetizo que a Bahia é de Jesus. Fizeram uma ‘macumba’ grande lá em Cachoeira, mas meu Deus deu livramento lá em Cajazeiras […]”.
O trecho é de composição de um pastor evangélico que vem ganhando repercussão nas redes sociais. É que os adeptos do candomblé se sentiram ofendidos com a canção, que ainda virou clipe. Um dos que reclamaram do vídeo e música foi o pai de Santo William, que foi à uma Delegacia de Salvador prestar queixa nesta quinta-feira (14/7).
“A gente do candomblé vem sendo atacado. O clipe traz uma imagem que associa nossos orixás como criminosos. Isso é intolerância criminosa. Precisamos que alguém olhe pela gente […] Isso dói a nossa alma. A gente tem que clamar por Justiça. Sou babalorixá e vídeo mostra tiros e armas. O que é isso?”, disse, ao programa Cidade Aratu.
As imagens mostram vários atores, simulando serem traficantes em confronto com outras facções. Em determinado momento, um grupo, também em simulação, chega, como se fossem policiais. O que chama a atenção é que o veículo utilizado na produção é semelhante aos usados pelas Polícias Militar e Civil da Bahia.
O pastor responsável pela produção se desculpou pelo clipe e disse que retirou de suas redes sociais. “Depois que ele viu a repercussão do vídeo, ele fez questão de zombar. Levar a palavra de Deus colocando ódio? Nossos orixás e o povo clamamos Justiça. Estamos sendo associados ao tráfico”, reclamou pai William.