Não é apenas o futebol que neste ano tem a Copa do Mundo, em Belo Horizonte, durante a 39ª Exposição Nacional Ram do Cavalo Mangalarga Marchador, acontece a “Copa do Mundo” da raça, que é brasileira, originária do Sul de Minas Gerais, há mais de 200 anos. Hoje, os animais estão presentes em todos estados brasileiros e também no exterior com um plantel de 687.157 cavalos registrados.
O médico veterinário e diretor do Colégio de Jurados, Carlos Augusto Sacchi, explica que para que os animais possam participar da disputa é preciso passar por vários eventos regionais, estaduais e terem sido campeões nessas instâncias. As vitórias pregressas são como uma credencial para a grande competição. “O objetivo do julgamento é avaliar zootecnicamente os animais e assim orientar os criadores a promoverem a evolução dos seus criatórios”, diz.
Os critérios avaliados nas provas de Marcha são: gesto de marcha, comodidade, adestramento, rendimento, estilo e regularidade. No caso da Morfologia, são analisados: caracterização racial e Expressão Racial, qualidade do passo, bem como avaliação do conjunto de frente, tronco e membros.
As provas e as premiações sempre acontecem em família, ou seja, primeiro tem as Provas de Progênie que são os filhos de uma determinada égua ou cavalo. Então, várias éguas disputam o campeonato de progênie de mãe e vários cavalos disputam o campeonato de progênie de pai. A premiação é para as “famílias” e não para um único cavalo ou égua.
Preparação
O especialista explica que para que os animais possam competir é preciso treinamentos constantes, além de suplementação alimentar e preparação física com uma espécie de “personal trainer”. Os animais, possuem um tratamento diferenciado, com uma equipe multidisciplinar composta por diversos profissionais que preparam os animais para as apresentações nos campeonatos de Morfologia e Marcha, sendo que os últimos exigem que
o animal tenha um bom preparo físico, que envolve uma preparação aeróbica para melhor condicionamento cardiovascular, que contempla inclusive exercícios na piscina. “Existem muitos protocolos diferentes de treinamento, mas uma coisa é comum a todos eles: todos devem começar leves e ir aumentando a intensidade gradativamente. Cada animal tem uma capacidade e resistência, os treinamentos devem ser muito bem dosados”, diz.
Após um período intenso de treinos, os cavalos-atletas passam por um banho de gelo, da mesma forma que os jogadores profissionais. Na hora de dormir, eles são vestidos com uma capa que, por dentro é feita de lã ou feltro, e por fora, de nylon ou algodão.
Além de acompanhar os julgamentos de Marcha e Morfologia, a 39ª Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador conta ainda com Provas Esportivas, Provas Sociais, Palestras Técnicas com temas ligados a equinocultura e ampla programação social. O campeonato da raça (disputa dos campeões de categoria) será conhecido no último dia do evento. São mais de 60 provas oficiais durante o período da exposição, que vai até o dia 30 de julho.
A Exposição Nacional acontece anualmente desde 1982. Naquela ocasião, participaram do evento 413 animais da raça. Desde então, o evento foi crescendo gradativamente, chegando aos mais de 1.600 cavalos atuais e 561 expositores, se consolidando entre os maiores eventos privados da capital mineira e um dos mais importantes do setor no país. E não é para menos, já que a equideocultura movimenta R$ 16,5 bilhões ao ano no Brasil, que possui o terceiro maior rebanho do mundo, com 5,9 milhões de cabeças, além de empregar 3,2 milhões de pessoas.
SERVIÇO:
39ª Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador
Data: Até 30 de julho de 2022 (sábado)
Local: Parque de Exposições da Gameleira – Av. Amazonas, nº 6020 / Belo Horizonte (MG) CEP: 30.510-000
Serviço com valores de entrada: nacionalmarchador.com.br
Mais informações:
Hotsite Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador: http://abccmm.org.br/projeto/
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Crédito fotos: Rodney Costa