A Casa da Mulher Brasileira (CMB), instalada em Salvador, completou seu primeiro ano de funcionamento, nesta quinta-feira (19). Durante este período, a unidade já atendeu 11.811 mulheres vítimas de violência doméstica. Deste total, 1.140 atendimentos foram registrados no último mês de novembro. A maioria das mulheres atendidas tem entre 35 e 50 anos, está em situação de vulnerabilidade social, se declara negra ou parda, e evangélica. A forma de violência mais recorrente é a psicológica, muitas vezes persistente por anos.
O equipamento tem a coordenação estadual da Secretaria das Mulheres do Estado (SPM) e funciona em parceria com o Governo Federal e o município, oferecendo serviços integrados e humanizados com a Rede de Enfretamento à Violência contra a Mulher, que incluem triagem, apoio psicossocial, brinquedoteca, alojamento de passagem e uma central de transportes.
A secretária das Mulheres do Estado, Neusa Cadore, ressaltou a importância da Casa no enfrentamento à violência. “A Casa da Mulher Brasileira é um equipamento fundamental no acolhimento humanizado às mulheres vítimas de violência e que reúne todos os serviços especializados que elas precisam. Sabemos que, graças à Casa, houve uma redução significativa nos casos de feminicídio em Salvador, em comparação ao ano passado. Isso demonstra uma política que está dando certo e que está salvando milhares de vidas”, afirmou a secretária, ao acrescentar que mais três Casas da Mulher Brasileira serão instaladas na Bahia, nos municípios de Itabuna, Feira de Santana e Irecê, cujos processos estão em andamento junto ao Ministério das Mulheres.
Segundo Ana Clara Auto, coordenadora estadual da CMB, o principal objetivo da Casa da Mulher Brasileira é facilitar o acesso das mulheres aos serviços especializados da Rede de Enfrentamento à Violência e garantir assistência integral. “A Casa já atendeu quase 12 mil mulheres. Quando elas entram no serviço, têm acesso direto aos principais órgãos e ao atendimento psicossocial. Nossa média é de 700 atendimentos mensais, com cerca de 300 medidas protetivas emitidas por mês. Isso ajuda a evitar a revitimização dessas mulheres em situação de vulnerabilidade”, destacou, ao enfatizar que as vítimas recebem suporte e acompanhamento em todas as etapas do processo, para que possam reconstruir as suas vidas com autonomia e dignidade.
Funcionamento 24 horas – A unidade de Salvador funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. Toda mulher em situação de violência pode procurar o local a qualquer momento. Os serviços incluem: Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam); 5ª Vara de Violência Doméstica do Tribunal de Justiça da Bahia; Ronda Maria da Penha; Guarda Municipal; Ministério Público Estadual; e Defensoria Pública do Estado. As mulheres também contam com apoio psicossocial; alojamento de passagem; espaço para crianças (brinquedoteca), onde os filhos podem ser assistidos durante o atendimento das mães; e central de transportes, que auxilia no posicionamento para outros serviços da rede.
Atualmente, existem 10 Casas da Mulher Brasileira em funcionamento no Brasil, localizadas em: Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), São Paulo (SP), Boa Vista (RR), Ceilândia (DF), São Luís (MA), Salvador (BA), Ananindeua (PA) e Teresina (PI).
Fonte: Ascom/SPM