O Boletim de Acompanhamento nº 15/2022 da Rede Monitoramento COVID Esgotos, com dados das semanas epidemiológicas 18 (de 1º a 7 de maio) a 21 (de 22 a 28 de maio), informa que Belo Horizonte, Brasília, Curitiba e Fortaleza tiveram aumento das cargas virais em seus esgotos. Nos casos das capitais mineira e paranaense essa elevação foi expressiva e sistemática no período. Tanto em Recife quanto no Rio de Janeiro as cargas virais tiveram pouca variação e permaneceram em patamares baixos.
Como em quatro das seis capitais acompanhadas houve um aumento das cargas virais em seus esgotos, a retomada de medidas de prevenção e controle para a redução da disseminação do vírus causador da pandemia de COVID-19 se torna necessária e vem sendo recomendada por autoridades de saúde nessas seis cidades.
Apesar da elevação das cargas virais no esgoto de quatro capitais monitoradas, o aumento do número de novos casos de COVID-19 reportados pelas respectivas secretarias municipais de Saúde não têm ocorrido na mesma proporção, o que pode indicar a subnotificação de casos.
Nesse cenário o monitoramento dos esgotos realizado pela Rede segue sendo uma ferramenta importante para o acompanhamento dos efeitos das medidas de flexibilização para a circulação do novo coronavírus. Veja as informações por cidade a seguir.
Belo Horizonte (MG)
Em Belo Horizonte a Rede Monitoramento COVID Esgotos verificou um forte aumento da carga do novo coronavírus no esgoto que chega às estações de tratamento de esgotos Arrudas e Onça entre as semanas epidemiológicas 18 (de 1º a 7 de maio) e 19 (de 8 a 14 de maio). Nesse período a carga viral saltou de 30,7 bilhões para 71,3 bilhões de cópias do vírus por dia para cada 10 mil habitantes e, por isso, a Rede emitiu a Nota de Alerta nº 07/2022 em 20 de maio. Já na semana 20 (de 15 a 21 de maio) a carga do novo coronavírus recuou para 49,1 bilhões de cópias por dia para cada 10 mil habitantes – patamar ainda elevado.
Desde o início do monitoramento na capital mineira, em abril de 2020, a maior carga foi registrada na semana epidemiológica 3 deste ano (de 16 a 22 de janeiro): 662,1 bilhões de cópias do novo coronavírus por dia para cada 10 mil habitantes. |
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Evolução da carga viral no esgoto de Belo Horizonte
Entre as semanas epidemiológicas 18 e 20, todos os pontos monitorados registraram baixas concentrações do novo coronavírus (de 1 a 4 mil cópias por litro das amostras), intermediárias (de 4 mil a 25 mil cópias por litro) e elevadas (acima de 25 mil cópias por litro), representadas respectivamente em amarelo, laranja e vermelho nos mapas a seguir. |
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Distribuição espacial das concentrações do novo coronavírus nas ETEs monitoradas em Belo Horizonte entre as semanas epidemiológicas 18 e 20 de 2022
Nos três pontos especiais de monitoramento da capital mineira, o novo coronavírus não foi detectado no esgoto do asilo acompanhado. Já no Aeroporto Internacional de Confins a concentração viral intermediária foi verificada nas semanas 18 e 20. Na Rodoviária de Belo Horizonte monitorada, o vírus foi registrado em baixas concentrações da semana epidemiológica 20, conforme a tabela a seguir. |
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Concentração do novo coronavírus no esgoto dos pontos especiais de monitoramento em Belo Horizonte
Brasília (DF)
Entre as semanas epidemiológicas 18 (de 1º a 7 de maio) e 21 (de 22 a 28 de maio), a carga do novo coronavírus nos esgotos das oito estações de tratamento de esgotos (ETEs) do Distrito Federal monitoradas teve uma elevação sistemática e expressiva. Nesse período a carga subiu de 21,8 bilhões de cópias do novo coronavírus por dia para cada 10 mil habitantes (na semana 18) para 311,3 bilhões de cópias (na semana 21), ou seja, uma elevação de mais de 14 vezes num intervalo de quatro semanas.
Tal elevação da carga viral aconteceu entre as semanas 19 e 21, mesmo com a interrupção temporária das coletas de amostras na ETE Samambaia em função dessa estação estar em manutenção. Esse aumento sistemático é condizente com os valores da taxa de transmissão da COVID-19, que foi superior a 1 entre as semanas 19 a 21. |
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Evolução da carga viral no esgoto do Distrito Federal
Entre as semanas epidemiológicas 18 e 21, os pontos monitorados apresentaram concentrações virais que variaram entre não detectadas, baixas (1 a 4 mil cópias do novo coronavírus por litro das amostras), intermediárias (entre 4 mil e 25 mil cópias por litro) e elevadas (acima de 25 mil cópias por litro), destacadas respectivamente em verde, amarelo, laranja e vermelho nos mapas a seguir. Nesse período ocorreu um aumento progressivo da concentração viral nos pontos monitorados no DF. |
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Distribuição espacial das concentrações do novo coronavírus nas ETEs monitoradas no DF entre as semanas epidemiológicas 18 e 21 de 2022
Curitiba (PR)
Em Curitiba houve um aumento significativo e progressivo da carga viral nos esgotos entre as semanas epidemiológicas 18 (de 1º a 7 de maio) e 21 (de 22 a 28 de maio), que subiu de 176,4 bilhões para 880,2 bilhões de cópias do novo coronavírus por dia para cada 10 mil habitantes, ou seja, aumentou quase cinco vezes. Esta é a segunda maior carga já registrada na capital paranaense desde o início do monitoramento em março de 2021, sendo superada somente pelos 1,14 trilhão de cópias registradas da semana 3 deste ano (de 16 a 22 de janeiro).
Com o aumento significativo das cargas virais no esgoto de Curitiba, a Rede Monitoramento COVID Esgotos emitiu as notas de alerta nº 6, 7 e 8/2022 respectivamente publicadas em 5, 20 e 27 de maio. Essas notas podem ser acessadas em: www.gov.br/ana/pt-br/assuntos/ |
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Evolução da carga viral no esgoto de Curitiba
Entre as semanas epidemiológicas 18 e 21, Curitiba registrou uma alta concentração viral (acima de 25 mil cópias do vírus por litro das amostras) em todas essas semanas, conforme destacado em vermelho nos mapas a seguir. Especificamente nas semanas 20 e 21, todos os pontos monitorados tiveram altas concentrações virais. |
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Distribuição espacial das concentrações do novo coronavírus nas ETEs monitoradas em Curitiba entre as semanas epidemiológicas 18 e 21 de 2022
Fortaleza (CE)
Entre as semanas epidemiológicas 18 (de 1º a 7 de maio) e 21 (de 22 a 28 de maio), a Rede Monitoramento COVID Esgotos registrou respectivamente as seguintes cargas do novo coronavírus no esgoto de Fortaleza: 5,3 bilhões; 3,5 bilhões; 14,8 bilhões; e 8,9 bilhões de cópias do vírus por dia para cada 10 mil habitantes. |
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Evolução da carga viral no esgoto de Fortaleza
Entre as semanas 18 e 20, as concentrações virais nos pontos monitorados em Fortaleza variaram entre não detectadas, baixas (de 1 a 4 mil cópias por litro das amostras) e intermediárias (entre 4 mil e 25 mil cópias por litro), destacadas respectivamente em verde, amarelo e laranja nos mapas a seguir. No caso da semana epidemiológica 21, as concentrações foram baixas, intermediárias ou elevadas (acima de 25 mil cópias por litro) – o ponto com alta concentração do vírus foi a Estação Elevatória Reversora do Cocó. |
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Distribuição espacial das concentrações do novo coronavírus nos pontos monitorados em Fortaleza entre as semanas epidemiológicas 18 e 21 de 2022
Recife (PE)
Em Recife, entre as semanas epidemiológicas 18 (de 1º a 7 de maio) e 19 (de 8 a 14 de maio), a Rede Monitoramento COVID Esgotos não detectou a presença do vírus nos esgotos da cidade. No caso da semana 20 (15 a 21 de maio), a carga do vírus foi de 0,2 bilhão de cópias do novo coronavírus por dia para cada 10 mil habitantes – considerada baixa. |
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Evolução da carga viral no esgoto de Recife
Em termos de concentrações virais, o novo coronavírus não foi detectado nos pontos monitorados em Recife nas semanas epidemiológicas 18 e 19. Já na semana 20 o vírus foi detectado somente em baixas concentrações (de 1 a 4 mil cópias por litro das amostras) na Estação de Tratamento de Esgotos Cabanga (ETE Cabanga), destacadas em amarelo a seguir. |
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Distribuição espacial das concentrações do novo coronavírus nas ETEs monitoradas em Recife entre as semanas epidemiológicas 18 e 20 de 2022
Rio de Janeiro (RJ)
Nas semanas epidemiológicas 18 (de 1º a 7 de maio) a 21 (de 22 a 28 de maio), a Rede Monitoramento COVID Esgotos observou a permanência de baixas cargas do novo coronavírus (SARS-CoV-2) nos esgotos do município do Rio de Janeiro. Nesse período a maior carga foi de 1,4 bilhão de cópias do vírus por dia para cada 10 mil habitantes, registrada na semana 21. Já a menor carga verificada no período ocorreu na semana 19 (de 8 a 14 de maio): 0,1 bilhão de cópias do vírus por dia para cada 10 mil habitantes. |
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Nos pontos monitorados na capital fluminense, entre as semanas 18 e 21, houve dois tipos de situação: ou o vírus não foi detectado ou teve baixas concentrações (entre 1 e 4 mil cópias por litro das amostras), o que está respectivamente indicado em verde e amarelo nos mapas a seguir. |
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Distribuição espacial das concentrações do novo coronavírus nos pontos monitorados no Rio de Janeiro entre as semanas epidemiológicas 18 e 21 de 2022
Sobre a Rede Monitoramento COVID Esgotos
A Rede Monitoramento COVID Esgotos, lançada em webinar realizado em 16 de abril de 2021, acompanha as cargas virais e concentrações do novo coronavírus no esgoto de seis capitais e cidades que integram as regiões metropolitanas de: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. Esse trabalho, uma das maiores iniciativas brasileiras de monitoramento da COVID-19 no esgoto, busca ampliar as informações para o enfrentamento da pandemia atual.
Nesse sentido, os resultados gerados sobre a ocorrência do novo coronavírus no esgoto das cidades em questão podem auxiliar as autoridades locais de saúde na tomada de decisões relacionadas à manutenção ou flexibilização das medidas de controle para a disseminação da COVID-19. Também podem fornecer alertas precoces dos riscos de aumento de incidência do vírus de forma regionalizada.
Com os estudos o grupo pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus no esgoto das diferentes regiões monitoradas, o que pode ajudar a entender a dinâmica de circulação do vírus. Outra linha de atuação é o mapeamento do esgoto para identificar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos como uma ferramenta de alerta precoce para novos surtos, por exemplo.
Informações mais detalhadas sobre os pontos de monitoramento, incluindo a justificativa para o monitoramento de cada ponto, constam do Boletim de Apresentação da Rede. O histórico de resultados pode ser consultado nos Boletins de Acompanhamento, disponíveis no site da ANA. Acesse também o Painel Dinâmico da Rede Monitoramento COVID Esgotos, onde são disponibilizados semanalmente os resultados para todas as regiões que integram a Rede.
A Rede é coordenada pela ANA e INCT ETEs Sustentáveis com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e conta com os seguintes parceiros: Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além disso, a Rede conta com a parceria de companhias de saneamento locais e secretarias estaduais de Saúde.
Sobre os parceiros do projeto
ANA
Criada pela Lei nº 9.984/2000, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) é a agência reguladora dedicada a implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos, a Lei das Águas, e coordenar o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH). Com a aprovação do novo marco legal do saneamento básico pela Lei nº 14.026/2020, também cabe ao órgão editar normas de referência para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico.
Esse trabalho é feito por meio de ações de regulação, monitoramento, gestão e planejamento de recursos hídricos. Além disso, a ANA emite e fiscaliza o cumprimento de normas, em especial as outorgas em corpos d’água de domínio da União – interestaduais, transfronteiriços e reservatórios federais. Também é a responsável pela fiscalização da segurança de barragens de usos múltiplos das águas outorgadas pela instituição.
INCT ETEs Sustentáveis O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis) estuda questões sobre o esgoto sanitário, notadamente para países em desenvolvimento, de forma a contribuir para a promoção de mudanças estruturais e estruturantes nos serviços de esgotamento sanitário, a partir da capacitação profissional, desenvolvimento de soluções tecnológicas apropriadas às diversas realidades nacionais, construção e transmissão de conhecimento para a sociedade, órgãos governamentais e empresariais. |
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