Localizado no Subúrbio Ferroviário, às margens da Baía de Todos os Santos, o bairro do Lobato, em Salvador, vai ganhar um equipamento que promete dar uma nova cara a região no segundo semestre do ano que vem. Com um investimento de R$ 120 milhões, oriundos da iniciativa privada – através de um consórcio ítalo-americano – será instalada, no final do bairro, uma marina que vai ocupar cerca de um terço de uma área de 180 mil metros quadrados onde funcionava, outrora, uma fábrica de extração de mamona.
Esse projeto já faz parte do programa Salvador 360, lançado pela Prefeitura na última segunda-feira e que visa atrair investimentos e facilitar a vida do cidadão. Localizada em uma área de proteção ambiental, o equipamento, segundo o subsecretário da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur), Sérgio Guanabara, já possui as licenças para o desmanche da antiga fábrica e para a supressão da vegetação.
“Essa marina vem a trazer uma característica que outras na cidade não possuem, que é a capacidade de armazenar barcos no seco”, explicou Guanabara. Para trazer mais qualidade ao empreendimento, o dono do terreno, o investidor Luiz Antônio de Arruda Sampaio, vem recebendo o apoio e o suporte de dois dos mais importantes navegadores do país, como Aleixo Belov e Torben Grael, através de consultoria.
“É um investimento em uma região importante, principalmente se observarmos que Salvador tem vocação para o turismo náutico. De um lado, temos a Baía de Todos-os-Santos e, do outro, o Oceano Atlântico. Será um espaço muito importante para recepcionar os turistas e baianos, principalmente os da região do Subúrbio, que serão os maiores beneficiados”, destacou.
Além da Marina, a idéia é a de que haja, ao longo do terreno, outras construções, como uma vila gastronômica – em moldes semelhantes ao que existe na Praia do Forte, no litoral norte baiano –, uma escola de formação de marinheiros, uma oficina para manutenção de barcos e um empreendimento imobiliário, com casas e edifícios de até quatro andares. Apenas na parte residencial, o investimento deverá ser de R$ 680 milhões.
ENTRAVE
Segundo o subsecretário da Sedur, o projeto, atualmente, está na fase de licenciamento e, com relação ao píer, está sendo feita a chamada análise batimétrica, que é a medição da profundidade de rios, lagos e oceanos. No entanto, um entrave ainda impede a construção da marina, já que, de acordo com Guanabara, um invasor ocupa uma parte do terreno, de forma irregular, mas já teria sido notificado a se retirar do local.
“Ele não possui qualquer tipo de licença, nem da prefeitura, nem da SPU [Superintendência do Patrimônio da União]. Além da ocupação, ele aterrou parte do mar, de forma irregular. Neste caso, vamos precisar da ajuda da Marinha e da própria SPU para poder retirar o ocupante. É um ato que transcende as ações do município e esperamos contar a ajuda de outros órgãos”, pontuou Sérgio Guanabara. Mas, se tudo transcorrer conforme o esperado, as obras devem começar entre 60 e 90 dias e capital baiana ganhar o novo equipamento no segundo semestre de 2018.