A espera por um doador compatível de medula óssea pode levar meses, o que acaba por agravar a saúde do paciente. Embora o Brasil tenha o terceiro maior banco de doadores do mundo, com 4,7 milhões de cadastros, houve redução de 30% do número de novos doadores desde o início da pandemia. Essa queda prejudica quem enfrenta doenças graves, como linfomas e leucemias, e depende de um transplante.
“Precisamos de rapidez para encontrar doadores compatíveis. Quanto mais o tempo passa, a saúde do paciente se agrava e suas chances de recuperação começam a diminuir”, afirma o Dr. Rodrigo Santucci, diretor de relações institucionais do Hemocentro São Lucas, que atende o Grupo Leforte de hospitais e clínicas especializadas.
No sábado, dia 19, é celebrado o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea. O transplante consiste na substituição da medula óssea doente por células normais de um doador compatível, para que a medula do paciente se recupere e volte a desempenhar as suas funções adequadamente.
O procedimento é indicado para casos de doenças do sangue, como leucemia aguda, leucemia mieloide crônica, linfomas, anemias graves, hemoglobinoplatias, imunodeficiências congênitas, mieloma múltiplo, osteopetrose, talassemia major e outras.
Cadastro atualizado
“Parece uma coisa simples, mas uma grande preocupação que temos é com o cadastro de doadores. É muito importante que ele esteja sempre atualizado. Não são raros os casos em que surge um paciente compatível, mas os dados do doador são antigos e não conseguimos mais encontrá-lo”, conta o Dr. Santucci.
O processo para se tornar um doador é simples. Veja as etapas:
- Coleta – Procure um hemocentro especializado e agende uma coleta de sangue para análise (são necessários apenas 5 a 10 ml).
- Análise – O material passa por análise e, em seguida, é feito um cadastro no REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea).
- Cadastro – Mantenha os seus dados atualizados para facilitar o contato em caso de pacientes compatíveis. É possível alterar informações no site do REDOME.
- Doação – Quando houve um paciente compatível, o doador é chamado para o procedimento de coleta. Existem diferentes técnicas, sendo todas muito seguras e rápidas.
Compatibilidade parcial
Atualmente, o aperfeiçoamento de uma técnica tem beneficiado muitos pacientes com dificuldade para encontrar doadores totalmente compatíveis. O procedimento permite utilizar células tronco de pessoas parcialmente compatíveis, combinada com o uso de medicações, para o sucesso do transplante.
A compatibilidade entre doador e paciente é definida pelo HLA (antígeno leucocitário humano), uma proteína presente na superfície dos leucócitos (glóbulos brancos do sangue). Os tipos de HLA variam de acordo com o material genético herdado pelos pais, sendo metade da mãe e a outra metade do pai. Quando não há doadores compatíveis na família, busca-se um doador no REDOME.
Contudo, o pai ou a mãe tem necessariamente 50% de compatibilidade com o paciente. “A grande vantagem desse método é que podemos ganhar tempo, sem depender de outros doadores”, explica o Dr. Santucci. Apesar disso, explica o especialista, é preferível um doador 100% compatível, aparentado ou não.
Doação de sangue
Além da queda no cadastro de novos doadores de medula óssea, os bancos de sangue também tiveram uma redução das doações. A queda foi de 25%, desde o início da pandemia.
Uma bolsa de sangue pode salvar a vida de até quatro pessoas. A doação de sangue é um procedimento totalmente seguro, pois o
organismo repõe muito rapidamente a quantidade doada. São usados apenas materiais descartáveis para a doação. Além disso, a bolsa de sangue é testada para HIV, hepatites B e C, chagas, sífilis e outras doenças.
Para doar, faça o agendamento pelos telefones (11) 3660-6000 ou (11) 3660-6044. O horário de funcionamento é de segunda a sábado, das 8h às 17h. Endereço: Rua Barão de Iguape 212 – 2º andar.
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