Os baleiros estão oficialmente proibidos de entrarem nos ônibus coletivos de Salvador para vender seus produtos. De acordo com o diretor de relações institucionais da Integra, Jorge Castro, os coletivos estão sendo fiscalizados diariamente para impedir a entrada de baleiros, até mesmo dos que estão credenciados.
Ele falou sobre o assunto nesta segunda-feira (19). “Não existe nenhuma lei deixando qualquer ambulante vender nada no ônibus. Eles chamam de baleiros porque é mais bonitinho, mas são todos ambulantes, que ficam subindo no ônibus, constrangendo as pessoas. Sempre fomos contra a comercialização nos ônibus, mas não tínhamos a possibilidade de fiscalizar. Hoje a gente tem. E a sociedade também começou a se revelar, os passageiros estão do nosso lado e não suportam mais ser coagidos”, disse ao site bahia.ba.
Ainda segundo Castro, os coletivos agora serão utilizados apenas “para transportar os passageiros com comodidade”, sendo as vendas permitidas apenas em estações e pontos de ônibus. “Pode colocar nos terminais, fazer regulamento para atuar nos pontos, mas ônibus não é lugar de comércio. Vê se alguém entra no metrô. Nem passa pela porta. Não vai mais ter gente entrando no ônibus fazendo ameaça, com aquela frase que fala que poderia estar matando, que já foi traficante, mas que agora não é mais. É um absurdo isso, eles jogam as mercadorias no colo das pessoas, um negócio totalmente agressivo. Agora estamos fiscalizando”, explicou.
SEMOB
O secretário municipal de Mobilidade Urbana, Fábio Mota, também disse ao bahia.ba que se a Integra (Associação das Concessionárias do Serviço de Transporte Público de Passageiros por Ônibus Urbanos de Salvador) quiser proibir a venda de produtos nos coletivos, não há nada que a impeça de adotar a medida. “A Prefeitura tenta mediar, mas não tem nenhuma lei, nenhum decreto que permite que os baleiros trabalhem nos ônibus. O que a gente observou é que tem os baleiros que trabalham credenciados e os que se passam por baleiros para não pagar. No cadastro que encaminhamos para a Integra eram duzentos e poucos credenciados, hoje a quantidade de coletes multiplicou. Queremos que os credenciados continuem tendo acesso, mas a decisão é da Integra, não da Prefeitura”, contou Mota.