“Um momento muito valioso para apresentar os projetos e atuação do órgão ambiental na Área de Proteção Ambiental (APA) da BTS, Unidade de Conservação gerida pelo Inema, oportunidade essa para ouvir a comunidade, seus anseios, sugestões e críticas. Essa interação é necessária para que consigamos consolidar, ainda mais, uma gestão participativa, reforçando o compromisso dos órgãos ambientais com a sustentabilidade e o desenvolvimento de toda a região”, ressaltou o representante do Inema na gestão da APA BTS, Túlio Rego.
Para o organizador da Festa do Pescador, o engenheiro ambiental Jonatas Spinola, a roda de conversa agregou conhecimento e valorização a esta data tão simbólica. “Entendemos que o Dia do Pescador vai além da diversão, da solenidade religiosa e do cortejo, deve ser um espaço de transformação e de trazer temáticas que possam agregar valor social à vida e rotinas profissionais tanto dos pescadores como dos demais moradores das ilhas”.
Esses materiais visam informar pescadores e comunidades locais sobre os períodos em que a pesca de determinadas espécies é proibida ou restrita. O objetivo é proteger essas espécies durante seus períodos reprodutivos, contribuindo para a manutenção dos estoques pesqueiros e a sustentabilidade da atividade.
“Nossa missão, por meio deste calendário, é levar informação de forma clara e acessível para que todos possam compreender a importância do defeso, na perspectiva de consolidar iniciativas de educação ambiental, representando um passo significativo para o envolvimento efetivo destas comunidades para a proteção de espécies marinhas e de todo o ecossistema”, explicou a servidora da diretoria de Educação Ambiental da Sema, Stéfane Mendes.
A iniciativa foi bem recebida pelas lideranças locais, que também expressaram seu apoio à ação, a exemplo do presidente da Federação das Associações de Pescadores Artesanais (Fapesca) Antônio Jorge Teixeira. “Esses calendários são muito úteis para os pescadores e marisqueiras para que saibam exatamente os períodos de reprodução e de suspensão da pesca de cada espécie, preservando nosso sustento a médio e longo prazo. Nossa região é conhecida por abrigar comunidades tradicionais que mantêm uma relação harmônica com o meio ambiente e dependem dele para a subsistência de suas famílias com a pesca artesanal. A partir do momento que começa esse trabalho educacional a população passa a ser orientada corretamente, aproveito para reforçar a necessidade dos órgãos públicos estarem mais presentes nas questões relacionadas aos pescadores, nossa categoria leva comida para mesa de ricos e pobres, por isso deve ser mais valorizada e estamos aqui, como associação, para cooperar”, completou.
A bióloga da diretoria de Fiscalização Ambiental do Inema, Márcia Virgínia, explicou que o defeso é um período essencial para assegurar um futuro de equilíbrio ambiental e garantia de renda para as famílias que vivem desta atividade econômica. “Respeitar o defeso é também garantir o futuro da atividade pesqueira, este calendário é uma importante ferramenta para a população se atentar às datas que correspondem a cada período. Cada um aqui presente é um guardião e propulsor da sustentabilidade, não importa a área de atuação, no momento em que assumem esse compromisso de aprender e também ensinar suas experiências e vivências socioambientais e de relação com os ecossistemas da ilha”.
Calendário do defeso nas escolas públicas
A gestora da escola municipal da Ilha, Isabel Cristina, falou que os materiais recebidos serão de grande utilidade. “Foi uma oportunidade de conhecimento, o material servirá de subsídio para o conteúdo programático para a educação, principalmente dos alunos, muitos são filhos de pescadores que precisam entender sobre essa demanda que é de grande importância para a comunidade. Essas informações trazidas aqui em um calendário ilustrativo e didático serão utilizadas por nossos professores de biologia e de ciência”.
Fonte: Ascom/Sema