Após PL de Marta Rodrigues, prefeitura coloca placa nova 26 de janeiro de 2025 | 14:28
Após PL de Marta Rodrigues, prefeitura coloca placa nova: “Ladeira Revolta dos Malês”
A ladeira que liga a Praça Municipal a Baixa dos Sapateiros, localizada em frente a Prefeitura de Salvador, ganhou, ontem, uma nova placa para atualizar o seu nome oficial: Ladeira Revolta dos Malês.
A mudança cumpre determinação da Lei 9814/2024, fruto de projeto da vereadora Marta Rodrigues (PT) que altera o nome da “Ladeira da Praça” para “Ladeira Revolta dos Malês”. A lei foi sancionada pelo prefeito Bruno Reis no dia 2 de maio de 2024.
O ato de instalação da nova placa, feita por agentes da prefeitura, teve a presença personalidades baianas, autoridades e representantes do movimento negro, entre eles o cineasta Antonio Olavo, o professor, historiador João José Reis, o historiador Raimundo Bujão, a deputada Olívia Santana, Padre Lazaro, da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, dentre outros. As reitoras da IFBA e da UNEB, Luzia Mota e Mirian Reis, respectivamente, prestigiaram o ato ao lado de diretores de escolas da rede estadual.
A vereadora Marta Rodrigues comemorou o que considera um marco para a representatividade histórica de Salvador.
“Muito importante que o legado do povo negro seja lembrado e reverenciado”, disse Marta.
Localizada entre a Câmara de Vereadores e o Corpo de Bombeiros, a ladeira foi palco de um levante organizado por grupo de muçulmanos escravizados e libertos, desencadeando a Revolta dos Malês, em 25 janeiro de 1835.
Na proposta, a vereadora declara que a mudança do nome representa a valorização “dos heróis nacionais”, além da “representatividade do povo negro que sofre com a tentativa de apagamento histórico e cultural”.
A vereadora, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos e de Defesa da Democracia da Câmara Municipal de Salvador, explicou que o projeto de lei foi apresentado em 2022.
Segundo ela, a revolta foi uma das mais significativas na luta pelo fim da escravidão e é considerada um marco na luta do povo negro pela liberdade.
“Os rebeldes tinham planejado o levante para acontecer nas primeiras horas da manhã do dia 25, mas foram denunciados. Uma patrulha chegou a uma casa na Ladeira da Praça onde estava reunido um grupo de rebeldes. Ao tentar forçar a porta, os soldados foram surpreendidos com a repentina saída de cerca de sessenta guerreiros africanos”, conta Marta.