O Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, na Bahia, fez um acordo com a Ford, na quinta-feira (14), e desistiu de entrar em greve. A decisão foi aprovada em assembleia e garante, segundo a entidade, estabilidade aos trabalhadores por um ano.
O acordo surgiu depois da Ford apontar a demissão de 700 pessoas. A empresa avisou que abrirá um programa de demissão voluntária para empregados da área produtiva. Os detalhes sobre quando isso ocorrerá e em quais condições não foram revelados ainda. O sindicato crê que o PDV será aberto em abril.
No acordo, além da estabilidade, estabelece que terão reposição de 100% da inflação, levando em conta o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), os salários de até R$ 7.515. Remunerações maiores terão reposição de 50% do índice, tendo, nestes casos, perda real. Já os reajustes começarão a vigorar a partir de julho, data-base da categoria em Camaçari.
Os trabalhadores também receberam a garantia que a Ford pagará PLR (Participação em Lucros e Resultados) de R$ 19.640, com a primeira parcela em maio, e adicional noturno de 37,14% aos trabalhadores sobre o valor da hora trabalhada de dia, perante o mínimo de 20% previsto em lei. O acerto quanto à jornada de trabalho ficou em 40 horas, de segunda a sexta-feira.
O acordo foi uma vitória para os trabalhadores, que tinham se desesperado com a decisão da montadora de fechar a fábrica de São Bernardo do Campo (SP). Em Camaçari, cerca de 10 mil empregos são gerados em torno da Ford.
Mesmo funcionando nos três turnos, a empresa deve reduzir o quadro de funcionários, pois acredita que está com pessoal excedente. Com o fechamento da fábrica em SP, a unidade na Bahia será a única da marca a produzir veículos no Brasil.