Um dos equipamentos públicos históricos de Salvador voltou a funcionar após mais de seis décadas de desativação. O Elevador do Taboão, responsável por fazer a ligação entre o Pelourinho e o Comércio, passou por obras de revitalização promovidas pela Prefeitura e, agora, se junta a outras opções de transporte disponíveis a soteropolitanos e turistas que se deslocam entre as cidades Baixa e Alta, como o Elevador Lacerda, planos inclinados Liberdade/Calçada, Gonçalves e Pilar. A inauguração do equipamento ocorreu nesta quinta-feira (30), com as presenças do prefeito Bruno Reis e da vice, Ana Paula Matos.
Também compareceram ao ato a presidente da Fundação Mário Leal Ferreira, Tânia Scofield; o secretário de Mobilidade (Semob), Fabrizzio Muller; o titular da Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), Luiz Carlos de Souza; e o superintendente do Iphan, Bruno Tavares, entre outras autoridades.
Durante a inauguração, com as bênçãos do padre Renato Minho, da Paróquia de Nossa Senhora do Pilar, o prefeito destacou que em nenhum outro momento houve uma transformação tão grande como a que vem sendo feita no Centro Histórico atualmente, com a realização de mais de 40 iniciativas. Dentre elas a recuperação do Elevador do Taboão, que já estava em ruínas.
“Tivemos a coragem de assumir esse projeto e tirar essa obra do papel. Foi necessário adequar o projeto para um maquinário próprio, mas preservamos o elevador, a história está aí preservada. E hoje nós estamos inaugurando um equipamento climatizado, panorâmico, que vai ligar as cidades Baixa à Alta e que vai ajudar a estimular a economia nessa região. É um sonho antigo dos comerciantes e mais um meio de locomoção para a população, além de mais um ponto de visitação para os turistas que vêm a nossa cidade”, afirmou Bruno Reis.
A intervenção contou com investimento de R$5,4 milhões, provenientes de recursos municipais. A expectativa é que, com a reativação, o ascensor se torne novo cartão postal da cidade, contribuindo não apenas para a mobilidade dos pedestres como, também, para impulsionar o turismo e economia local.
O projeto de recuperação do Elevador do Taboão foi cedido para a Prefeitura pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional na Bahia (Iphan-BA). Recentemente, o Executivo municipal concluiu outros dois projetos cedidos pela entidade federal, com recursos próprios: as obras de requalificação dos Arcos da Ladeira da Conceição e da Muralha do Frontispício de Salvador.
Repaginada – Havia forte apelo dos moradores e comerciantes para que o Elevador do Taboão fosse revitalizado. A intervenção contemplou a restauração integral da estrutura e das duas estações de acesso nos níveis inferior e superior. Envolveu, ainda, a modernização das instalações, buscando adequar a construção às normas técnicas vigentes, inclusive de acessibilidade universal.
Além disso, o elevador ganhou áreas com mesas e sanitários. Já as duas cabines, com capacidade para 13 pessoas cada, foram climatizadas e tiveram aspecto completamente moderno com materiais e coloração que não desvirtuam da estética da estrutura original, integrando-se perfeitamente ao resgate do uso original do equipamento.
O Elevador Taboão chegou a ser conhecido na cidade como “A Balança” e teve grande importância, ligando locais de moradia e de trabalho, oferecendo maior rapidez e facilitando a circulação da população. Funcionava diariamente, das 6h às 11h, custando 100 réis a passagem. As operações duraram 65 anos até que a desativação ocorresse, em 1959, num processo que deu início à degradação do ascensor.
Demais ações – Outros projetos da Prefeitura estão em andamento para valorizar ainda mais a região do Centro Histórico, como relatou o prefeito Bruno Reis. Dentre eles estão a construção do Arquivo Municipal e da Casa da História de Salvador, no Comércio, em andamento; a negociação com a Codeba para a transformação dos galpões em um centro gastronômico; a recuperação do monumento de Mário Cravo, cujo resultado da empresa que fará a restauração foi publicada esta semana; a instalação de uma roda-gigante, na região do Comércio; implantação do memorial às vítimas da Covid-19, na Praça Cairu; e a Escola Digital, a ser implantada em frente à Praça da Inglaterra, junto com o Senai/Cimatec; e a cessão do Forte São Marcelo à Prefeitura, aguardando apenas a resposta da Superintendência do Patrimônio da União (SPU).
Fotos: Bruno Concha/Secom