A vereadora Aladilce Souza (PCdoB) criticou o projeto do Bus Rapid Transit (BRT) que prevê a remoção de 579 árvores centenárias das avenidas Juracy Magalhães e ACM e dos rios Lucaia e Camarajipe. Na sessão ordinária de segunda-feira (2), ela questionou a falta de transparência por parte da prefeitura e a ausência de debate com a sociedade.
Aladilce aproveitou para mostrar o ofício encaminhado ao prefeito ACM Neto em que solicita a íntegra do projeto e as informações a respeito dos custos das obras e os impactos ambientais causados.
“Estamos falando do BRT mais caro da história do Brasil, em uma ligação (Lapa-Iguatemi) que já foi contemplada pelo metrô, e que prevê um desmatamento brutal em uma região que já sofre com a poluição e o calor intenso”, afirmou a vereadora.
Abaixo-assinado
De acordo com a parlamentar, a repercussão da retirada das árvores causou reação da sociedade que, em dois dias, coletou quase 25 mil assinaturas exigindo a preservação das árvores. Aladilce disse ainda que técnicos e ambientalistas argumentam que diariamente 80 mil pessoas já utilizam o metrô para realizar o percurso Lapa/ Iguatemi e que a melhora da mobilidade na região poderia ser garantida com a utilização de corredores exclusivos de ônibus, evitando assim o custo bilionário e o desmatamento provocado pela obra.
Para a vereadora, o projeto do BRT corre o risco de se arrastar, a exemplo do metrô, que levou 17 anos para ser executado. “Salvador tem péssimas lembranças das grandes obras de mobilidade. A Câmara precisa fiscalizar de perto o projeto do BRT para que esse abuso não se repita”, afirmou Aladilce.