Acredito firmemente que a melhor forma de assegurar a saúde bucal é a prevenção. Isso inclui correta higienização, alimentação saudável e consultas rotineiras – de preferência, semestrais – ao cirurgião-dentista, com fins de avaliação e possíveis tratamentos. No caso da pessoa com deficiência, podem existir barreiras que impedem que ela se consulte com regularidade. Estas questões podem envolver desde dificuldade de locomoção ou de expressar claramente que sente algum sintoma bucal até dificuldades financeiras.
Percebo que quando o atendimento odontológico é deixado em segundo plano, por vezes até para que outras questões de saúde possam ser priorizadas, os problemas de saúde bucal podem ir se acumulando. É muito importante que as pessoas com necessidades específicas de atendimento, como as com deficiência e também idosos, pacientes oncológicos, pediátricos com necessidades específicas e acamados, contem com uma rede de apoio que os possibilite ter acesso ao tratamento dentário.
Segundo pesquisa divulgada em novembro de 2020 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde, menos da metade da população brasileira (49,4%) se consultou com um dentista nos 12 meses que antecederam a pesquisa, com destaque de baixo percentual entre pessoas de 60 anos ou mais, com proporção de 34,3% respectivamente.
Além dos vários fatores que podem dificultar o acesso ao tratamento, ainda há a necessidade de haver um tratamento especializado, voltado a cada paciente com necessidades especiais de atendimento odontológico. Cada paciente é único e precisa ser tratado de acordo. O atendimento especializado a estes públicos deveria, ao meu ver, ser uma disciplina nas faculdades de Odontologia. É preciso integrar o cirurgião-dentista como parte da equipe multidisciplinar no cuidado com a saúde destes pacientes.
A depender do paciente, pode haver maior suscetibilidade para o desenvolvimento de doenças bucais por uma maior dificuldade de higienização, alteração salivar, dieta cariogênica ou mesmo alteração muscular. No final das contas, o que realmente impacta na saúde bucal destes pacientes é a falta de acompanhamento odontológico.
Pandemia e grupos de risco
A pandemia da Covid-19 fez com que muitos pacientes pertencentes aos grupos de maior risco, como idosos e pessoas com comorbidades, adiassem a ida ao dentista. Dados do Instituto do Coração (Incor) apontam que 36% das mortes por problemas cardíacos e 45% das doenças cardíacas têm origem em infecções bucais não tratadas adequadamente.
A falta de tratamento pode ocasionar problemas graves para a saúde bucal, tendo em vista que os dentes são fundamentais para a mastigação e deglutição, além de portas de entrada para bactérias. E no caso de algumas pessoas com deficiência, lidar com a dor gerada por um problema bucal pode ser muito traumático.
Em consultório, em vários casos, costumo usar o óxido-nitroso para a sedação destes pacientes ou, em casos mais complicados, conto com o apoio de uma médica anestesiologista. Em todos os casos, o mais importante é o vínculo de confiança que se estabelece entre o profissional, o paciente e seus familiares.
Sobre o Dr. Thomaz Regazi – O Dr. Regazi é especializado no atendimento odontológico a pessoas com diferentes necessidades específicas de atendimento — pessoas com deficiência, idosos, pacientes oncológicos, pediátricos e acamados. Ele atende pacientes internados em hospitais de referência na cidade de São Paulo e também em seu consultório, localizado no bairro de Perdizes. Além disso, como ação de responsabilidade social, o cirurgião-dentista atende pacientes da Abrale – Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia. Ele é formado pela Universidade Nove de Julho – São Paulo, Pós Graduado em Saúde Pública pela UniBF, Mestrando em Odontologia pela UNIARARAS, Membro da CBROHI – Colégio Brasileiro de Odontologia Hospitalar e Intensiva, Especializando em Odontologia Hospitalar no Albert Einstein Instituto, Especializando em Pacientes com Necessidades Especiais pela UniBF e Pós Graduando em Cannabis Medicinal pela Inspirali.