A dor da perda elevada pelo mais profundo descaso. Um filho teve que, debaixo de chuva, abrir a cova da própria mãe para conseguir enterrá-la. O fato aconteceu na última terça-feira (5/4), no Cemitério Municipal de Salvador, localizado no bairro de Brotas.
Maria de Lourdes Brasil dos Santos, de 62 anos, morreu por conta de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Seus filhos marcaram de enterrá-la ao meio-dia. Mas, ao chegarem no local, descobriram que não tinha coveiro para desempenhar a tarefa de abrir a cova e depositar o caixão. “Tivemos que fazer isso nós mesmos. Além do sofrimento de perder nossa mãe, ainda tivemos que lidar com isso”, diz Marcelo, um dos filhos.
“Eles disseram que os dois coveiros estavam de férias e não teria ninguém para fazer isso. Nada contra os meninos, mas isso não pode acontecer. Foi um erro da administração e isso é uma dor inaceitável”, reitera o filho.
Em nota, a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), responsável pela administração do Cemitério de Brotas, disse que “houve um atraso no horário do sepultamento” e, que após a chegada do coveiro, “ocorreu normalmente”. Na nota não há monção de solidariedade à família de Maria de Lourdes pelo transtorno causado.
A Semop diz ainda que, diariamente, são cinco coveiros que trabalham no local. E que, para esta quarta, “estão agendados 2 sepultamentos”.