A TVE é a TV aberta que mais exibe obras indígenas no Brasil, e no mês de abril a emissora traz uma série de produções que reafirmam a história e as lutas desses povos. A programação especial, que conta com diversas obras inéditas, começou nesta segunda-feira (1º) e traz documentários, filmes, séries e animações para todos os públicos.
O documentário ‘Cosmovisões’ abriu a programação especial na segunda-feira (1º) e será novamente exibido em horário alternativo no dia sábado (20), às 20h. Gravado na comunidade indígena Tupinambá, na Serra do Padeiro, no sul da Bahia, a obra se desenvolve com sete mulheres indígenas, que se reuniram e foram convidadas à reflexão, transitando por sua mitologia, ancestralidade e caminhos para o bem viver.
Na terça feira (9), às 20h30, vai ao ar o documentário inédito ‘Antes da Chuva’, que acompanha a rotina dos jovens Anderson, Milene, Oreme e Tawa, desvendando como a vida de suas famílias e comunidades têm sido afetadas pela expansão do agronegócio na bacia do Xingu, e o trabalho que se tem feito na tentativa de minimizar os efeitos dessas mudanças. Na terça-feira seguinte (16), no mesmo horário, o documentário inédito ‘Volta Grande’ conta como 300 famílias ribeirinhas foram violentamente removidas de suas casas para a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Após anos de luta, os ribeirinhos que não haviam sido reconhecidos como impactados pelo empreendimento, conquistaram o direito de retornar para as margens do rio Xingu, no Território Ribeirinho. As obras são produções do Instituto Socioambiental (ISA), uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que atua desde 1994 ao lado de comunidades indígenas, quilombolas e extrativistas na defesa dos direitos dos Povos da Floresta e na proteção do meio ambiente.
O telefilme documental ‘Yby Yara – Terra do Conhecimento’ estreia na segunda-feira (15), às 20h. O objetivo da obra é evidenciar detalhes da educação escolar indígena, tendo como ponto de partida a rotina de educadores selecionados para atuar no território étnico-educacional nordestino Yby Yara, criado para atender a 16 etnias diferentes. O filme vai ao ar também em horário alternativo na terça-feira (23) e segunda-feira (29), às 20h.
Na segunda-feira (22), às 20h, estreia ‘As Indígenas da Terra’, um filme sobre lideranças femininas indígenas Tupinambá e de outros povos do Sul da Bahia. A narrativa acompanha a atuação dessas líderes frente a suas comunidades durante períodos de importantes eventos do movimento indígena, mergulhando na história, na simbologia indígena local e no entendimento do papel das mulheres no movimento pelos direitos dos originário do Brasil, que não existem sem seus territórios. A exibição pode ser vista ainda no sábado (27) e na terça-feira (30), também às 20h.
A programação do Abril Indígena na TVE ainda exibe duas séries documentais inéditas, produzidas através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Audiovisual Brasileiro (PRODAV), e transmitidas em parceria com a TV Brasil. A série ‘Na raiz dos festejos’ vai ao ar de segunda a sexta-feira, a partir do dia 15, às 18h. Com 13 episódios, a obra investiga as origens, lendas e fatos por trás dos principais festejos tradicionais do Brasil. E aos domingos, a partir do dia 21, sempre às 18h, a série de cinco episódios ‘Alimentando a alma’ se aprofunda nas riquezas das tradições culinárias e rituais mágicos, celebrando o conhecimento das anciãs e mestras cujas práticas correm risco de desaparecer.
Ao longo do mês, nos intervalos da programação, serão exibidas animações curtas produzidas pelo ISA sobre os impactos da Usina de Belo Monte no Rio Xingu. Em ‘Xingu, o rio que pulsa em nós’ o povo Juruna (Yudjá) alerta para a disputa dos recursos hídricos naturais a partir do barramento definitivo do Xingu em 2015 que alterou a quantidade, a velocidade e o nível da água no curso do rio, colocando em risco diversas espécies de plantas, animais nativos e seu próprio povo. A animação ‘Pulsa Xingu – Ribeirinhos e indígenas lutam pela vida do Rio Xingu’ relata como os impactos que a Usina Hidrelétrica de Belo Monte causou na Volta Grande do Xingu ameaçando o rio, a floresta, os peixes e os povos que ali vivem. Desde 2015, a usina desvia 80% da água da região para movimentar suas turbinas.
Fonte: Ascom/TVE