Segundo câncer mais comum entre homens e mulheres no Brasil, desconsiderando o câncer de pele não melanoma, o tumor de pulmão é o primeiro em todo o mundo desde 1985, tanto em incidência quanto em mortalidade. Entre os principais fatores que podem contribuir para o desenvolvimento deste tipo de câncer, estão o tabagismo e a exposição passiva ao tabaco, que contribuem para o desenvolvimento do câncer de pulmão.
Com isso, no Dia Mundial sem Tabaco, comemorado no dia 31 de maio, é importante chamar a atenção para a forma com que o consumo deste item, fumado em qualquer uma de suas formas, causa a maior parte de todos os cânceres de pulmão, além de ser um fator de risco significativo para acidentes cerebrovasculares e ataques cardíacos mortais. “É importante estar atento aos diversos produtos derivados do tabaco: além do cigarro, temos o charuto, cachimbo, cigarro de palha, cigarrilha, bidi, tabaco para narguilé, rapé, fumo-de-rolo, dispositivos eletrônicos para fumar e outros. Todos eles podem contribuir com o desenvolvimento do câncer de pulmão, que causa mais de 20 mil mortes anuais, em decorrência do uso do produto”, afirma a oncologista clínica Dra. Samira Mascarenhas, que tem ampla atuação em câncer de pulmão.
Em todo o Brasil, anualmente, ocorrem 23.762 mortes por câncer de pulmão, causadas pelo uso do tabaco. Atualmente, 85% dos casos diagnosticados estão associados ao consumo de derivados de tabaco, sendo que os fumantes possuem cerca de 20 vezes mais riscos de desenvolver a doença. Somente no Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima, para cada ano do triênio 2020-2022, 17.760 casos novos de câncer de pulmão em homens e 12.440 em mulheres. Sem considerar o tumor de pele não melanoma, o câncer de pulmão em homens ocupa a segunda posição mais frequente na Região Nordeste (11,01/100 mil). Para as mulheres, é o quarto mais frequente na região, com uma incidência de 8,86 casos a cada 100 mil habitantes. Só na Bahia são estimados para 2020, 1.170 novos casos de câncer de Traquéia, Brônquio e Pulmão. Já em Salvador, a estimativa é de 340 novos casos. “O risco de ocorrência do câncer de pulmão e de morte pela doença aumenta quanto maior a intensidade da exposição ao tabagismo”, ressalta a oncologista.
A mortalidade por câncer de pulmão entre fumantes é quase 15 vezes maior do que entre pessoas que nunca fumaram, enquanto entre ex-fumantes é cerca de quatro vezes maior. “Entre os sintomas mais comuns do câncer de pulmão estão a tosse e o sangramento pelas vias respiratórias. Nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é alterado e aparecem crises em horários incomuns para o paciente. Pneumonia de repetição pode, também, ser a manifestação inicial da doença”, indica Dra. Samira.
O tratamento dos pacientes com câncer de pulmão acontece com o uso das seguintes estratégias: cirurgia, cirurgia vídeo-assistida, radioterapia, radioterapia por SBRT, ablação por rádio frequência, quimioterapia e imunoterapia. No entanto, uma vez que o consumo de derivados do tabaco está na origem de 85% dos casos, independentemente do tipo, não fumar é o primeiro cuidado para prevenir a doença. A ação permite a redução do número de casos (incidência) e de mortalidade.
Dados: Instituto Nacional do Câncer (Inca)
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