Na manhã desta sexta-feira em Israel, começou uma série de distúrbios na Esplanada das Mesquitas/Monte do Templo, em Jerusalém.
Jovens palestinos, aproveitando a liberdade de entrada e saída do local sagrado sem passarem por revista, começaram a juntar pedras, paus e fogos de artifício dentro da Mesquita de Al Aqsa, a 3° mais sagrada do mundo. Ao terminarem a reza da madrugada, começaram a atirar pedras contra o espaço onde fica o Muro das Lamentações, que fica muito próximo da esplanada, onde judeus rezavam devido à entrada do Pessach, a Páscoa judaica, que acontece na noite de sexta-feira. Os palestinos também atiraram contra as forças policiais, que ficam estacionadas nas entradas da esplanada, justamente para garantir a segurança e para impedir que não muçulmanos entrem no local sagrado fora do horário de visitas.
As forças israelenses interviram, e fortes embates aconteceram no local, com mais de 300 detenções.
André Lajst, cientista político e presidente-executivo da StandWithUs Brasil, teme que ações como esta possam intensificar os conflitos na região. “No ano passado, foram protestos assim que acabaram aumentando as tensões. O Hamas tem total interesse em criar um ambiente de caos na Cisjordânia. Ele ganha popularidade em dose dupla: enfraquece a Autoridade Palestina e se coloca como vitorioso contra Israel”, ele afirma.
O ministro das Relações Exteriores, Yair Lapid, em comunicado publicado em hebraico e árabe, disse que “Israel está comprometido com a liberdade de culto para pessoas de todas as religiões em Jerusalém, e nosso objetivo é permitir orações pacíficas para os crentes durante o feriado do Ramadã. Os tumultos desta manhã no Monte do Templo são inaceitáveis e vão contra o espírito das religiões em que acreditamos. A convergência de Pessach, Ramadã e Páscoa simboliza o que temos em comum. Não devemos deixar ninguém transformar esses dias sagrados em uma plataforma de ódio, incitação e violência”, disse ele.
O IDF (Forças de Defesa de Israel) soltou um comunicado sobre sobre o ocorrido:
1.Esta manhã, dezenas de homens mascarados com bandeiras do Hamas começaram a marchar para a Mesquita de Al-Aqsa, entoando mensagens incitadoras e disparando fogos de artifício para o ar.
2. Os homens mascarados se barricaram dentro da mesquita, tumultuando, vandalizando propriedades, disparando fogos de artifício e arremessando pedras. Estas ações foram organizadas antecipadamente, por entidades que pretendiam agravar a situação.
3. Não há razão para esta violência e destruição da mesquita por desordeiros, enquanto alegam defendê-la.
4. A fim de permitir a liberdade de culto para milhares de fiéis muçulmanos hoje na mesquita de Al-Aqsa, a polícia teve que entrar na mesquita e retirar os manifestantes.
5. Com os desordeiros retirados, o Monte do Templo foi reaberto aos adoradores, para permitir a liberdade de culto.
6. Não há conexão entre adoração ou oração e os tumultos. Eles violam a santidade da mesquita e o mês do Ramadã.
7. Ao mesmo tempo, muitos relatos falsos sobre “violência contra os fiéis muçulmanos” foram divulgados, com o objetivo de incitar mais violência e arruinar o santo dia de oração para milhares de fiéis. Enquanto isso, os palestinos estão bem cientes de que nenhuma oferta de sacrifício está sendo feita, ou qualquer coisa do tipo.
8. O Estado de Israel fará tudo o que estiver ao seu alcance para permitir a liberdade de culto para membros de todas as religiões, e não tolerará violência que a impeça ou a violem.
André Lajst é cientista político, presidente executivo da StandWithUs Brasil e doutorando da Universidade de Córdoba (Espanha), em Ciências Políticas e Sociais, com foco no processo de paz palestino-israelense.
Graduado no Centro Interdisciplinar Herzliya (Israel) em Governo, Diplomacia e Estratégia, com ênfase em Oriente Médio, é mestre pela mesma instituição em contraterrorismo e segurança nacional. Foi oficial acadêmico no departamento de pesquisa e operações da inteligência da Força Aérea de Israel e atuou como pesquisador do Instituto Internacional em Contraterrorismo, (ICT), onde realizou dezenas de pesquisas sobre terrorismo, processo de paz, mundo árabe e a influência dos grupos Hezbollah e Al Qaeda no Brasil.
Tem sido fonte de diversos meios de comunicação do Brasil, entre os quais Revista Veja, Globo News, Folha de S. Paulo, CNN Brasil, Jovem Pan, Gazeta do Povo, O Estado de Minas, O Estado de São Paulo, e veículos da imprensa israelense, como Times of Israel, Channel 2, entre outros, sobre temas ligados ao Oriente Médio, terrorismo e contraterrorismo, processo de paz árabe-israelense e segurança nacional.
Atua como professor e palestrante, em instituições públicas e privadas do Brasil, como a Universidade de São Paulo (USP), Fundação Getúlio Vargas (FGV), Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Belas Artes, Casa do Saber, Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal do Amazonas, Instituto Federal Rio Grande, Universidade Federal do ABC (UFABC), São Judas Tadeu, entre outras.