A conservação do solo possui grande relevância para o equilíbrio ecológico e a qualidade de vida da população. Por isso, desde 1989, comemora-se no dia 15 de abril o Dia da Conservação do Solo, data que ressalta a importância de cuidar desse importante recurso natural. O equilíbrio dos biomas, água potável e a produção de alimentos são alguns dos benefícios que um solo conservado pode proporcionar.
O movimento Viva Água, lançado em 2019 para contribuir com a segurança hídrica na bacia do Rio Miringuava, na região metropolitana de Curitiba, é um exemplo de como a conservação do solo pode catalisar esforços das empresas, da sociedade civil organizada, da academia e do poder público em prol do bem comum, unindo interesses do campo e da cidade. O objetivo é garantir acesso à água em qualidade e quantidade adequadas para as cerca de 600 mil pessoas e negócios abastecidos pela bacia, contribuindo também para o Sistema de Abastecimento de Água Integrado de Curitiba e da Região Metropolitana, por meio de diversas iniciativas de conservação, restauração, turismo e práticas agrícolas sustentáveis.
“A perda de qualidade do solo ocorre por diversos fatores, como práticas agrícolas inadequadas, crescimento desordenado das cidades, perda da vegetação nativa e mudanças climáticas. Um dos principais objetivos do trabalho realizado com os agricultores no movimento Viva Água é a recuperação do solo em áreas estratégicas das bacias hidrográficas, sem comprometer a renda e trazendo novas oportunidades de negócios”, afirma Guilherme Karam, gerente de Economia da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, idealizadora do Viva Água.
Conforme explica Karam, um solo bem conservado significa menos problemas para a população. “Em áreas com solo permeável e de boa qualidade, a água fica retida, com apoio da vegetação, e vai sendo disponibilizada gradativamente aos rios, fazendo com que períodos longos de seca sejam sentidos de forma mais branda”, afirma.
Inspirado na experiência paranaense, o Viva Água também chegou à região hidrográfica da Baía de Guanabara (RJ), em dezembro de 2021. O movimento pretende fortalecer a segurança hídrica em toda a região, que engloba 17 municípios e 7 milhões de habitantes, promover a adaptação às mudanças climáticas e fomentar o empreendedorismo sustentável.
Para comentar sobre o Dia da Conservação do Solo estão disponíveis para entrevista:
Guilherme Karam – gerente de Economia da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.
Ricardo Ribeiro Rodrigues: pesquisador da Escola Superior de Agricultura da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN).
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