O balanço mais recente do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo CAGED) indica que o Estado da Bahia encerrou o mês de fevereiro de 2022 com a criação de 12.548 empregos formais. De acordo com o Sindicato dos Auditores Fiscais do Trabalho do Estado da Bahia (Safiteba), o dado indica a retomada dos níveis de atividade econômica pré-pandemia, entretanto, a situação da fiscalização do trabalho segue sem novos aportes na sua estrutura.
Para o presidente do Safiteba, Mário Diniz, o baixo número de Auditores Fiscais do Trabalho prejudica as ações de inspeção e promoção do Trabalho Decente. “O último Concurso foi em 2013. Além disso, esse crescimento indicado pelo CAGED precisa ser visto com cautela. Após as reformas trabalhistas deste governo e do anterior, agora é possível contratar um trabalhador intermitente, com carteira assinada, ganhando menos de um salário-mínimo por mês. Ele recebe somente pelos dias trabalhados”, afirma.
De acordo com o CAGED, o saldo positivo de empregos com carteira assinada na Bahia foi resultado das 72.749 contratações e 60.201 desligamentos e segue a tendência nacional. A expectativa agora é de desaceleração, ao comparar com o número de contratações do ano passado, já que as empresas não continuarão contratando no mesmo ritmo.
“Percebe-se que a quantidade de contratos de trabalho intermitentes é superior aos contratos normais, indicando uma tendência à precarização. Então, o melhor dado do CAGED passou a ser a média salarial dos trabalhadores empregados e não somente a quantidade de admissões. E a média salarial atual caiu em relação ao ano mesmo período de 2021, passando de R$ 1.926,36 para R$ 1.878,66 em fevereiro deste ano”, analisa Mário.
Os municípios baianos com maior saldo de postos de trabalho com carteira assinada no mês de fevereiro foram Salvador (3.723), Feira de Santana (816), Luís Eduardo Magalhães (572), Brumado (418) e Barreiras (401). Já as áreas de atividades econômicas que mais apresentaram saldo positivo no período, de acordo com o estudo, foram: o setor de serviços, com 5.482 novos postos de trabalho; a construção, que encerrou o mês com saldo de 3.540 novos empregos com carteira assinada; e o setor de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, que fechou o mês com 1.411 novas oportunidades.