No mês de fevereiro, duas campanhas importantes, representadas pelas cores roxa e laranja, acontecem para alertar e conscientizar a população sobre quatro doenças: Leucemia, Lúpus, Fibromialgia e Mal de Alzheimer. O Fevereiro Roxo foi criado em 2014, na cidade de Uberlândia (MG), com o objetivo de incentivar o diagnóstico precoce e disseminar informações sobre três doenças que não tem cura: Lúpus, Fibromialgia e Mal de Alzheimer. O Lúpus faz com que o sistema imunológico ataque as células do próprio corpo, além de causar confusão mental e manchas avermelhadas. O Mal de Alzheimer destrói as células cerebrais resultando na perda de memória.
Já a Fibromialgia provoca dores pelo corpo todo por longos períodos. Em relação ao Fevereiro Laranja, ele foi criado pela Assembleia Legislativa de São Paulo em 2019, com o objetivo de ressaltar a importância do diagnóstico precoce da Leucemia e incentivar a doação de medula óssea no Estado. Esse tipo de câncer afeta os tecidos que criam células sanguíneas e impedem que o corpo combata infecções. Semelhante a outras doenças, se for diagnosticado logo no início, as chances de uma recuperação são de 90%.
Mas não são apenas os humanos que sofrem com essas doenças, os animais também e precisam de cuidados redobrados para evitar que a saúde seja comprometida. “É extremamente importante levar o pet com frequência para fazer exames de rotina a fim de saber se sua saúde está em dia e conseguir diagnosticar precocemente possíveis doenças”, explica a médica-veterinária da Botupharma, Bruna Fabro.
Mais comum entre cães, o Lúpus atinge animais com predisposição genética e se desenvolve por conta de fatores ambientais ou pelo uso de alguns medicamentos. Também pode ser hereditário e surgir por conta de produtos químicos ou exposição solar. “De acordo com alguns estudos, algumas raças podem ter predisposição para desenvolver o Lúpus, como o setter irlandês, o pastor alemão, o poodle e beagle. Mas isso não quer dizer que outras estejam livres, já que é um distúrbio imunomediado multissistêmico. Embora seja uma doença incomum, é importante conhecer esta possiblidade”, diz Bruna.
Inflamações na pele, no focinho ou no coração, anemia e insuficiência renal são alguns dos sintomas da doença. Portanto, observar o comportamento do pet e realizar exames com frequência ajudam no diagnóstico precoce, no tratamento adequado e faz com que ele consiga ter uma melhor qualidade de vida. Semelhante ao Mal de Alzheimer, os pets podem desenvolver, em idade avançada, a Síndrome da Disfunção Cognitiva (SDC), que causa perda de memória e dificuldade de entender os comandos.
Geralmente, animais com 12 anos ou mais costumam ter demência senil. A SDC é uma doença neurodegenerativa que causa alterações nas capacidades cognitivas no tecido nervoso dos animais. Essas moléculas são responsáveis pela morte desses neurônios em regiões do cérebro que executam tarefas importantes. Como não é possível criar novos neurônios para substituir aqueles que foram danificados, não há como evitar esse desgaste.
“Alterações no comportamento como urinar e defecar em locais incomuns e no ciclo do sono, tropeços com frequência pela casa e desorientação são alguns dos sintomas desta síndrome que envolve um processo biológico complexo resultando em perda gradual de capacidade adaptativa, de memória incluindo aprendizado. “Caso identifique alguns destes sinais, consulte um especialista para saber como oferecer melhor qualidade de vida, quais os melhores tratamentos para impedir ou retardar a progressão dos sinais incluindo manejos comportamentais e ambientais”, ressalta Bruna.
No caso da leucemia, o cuidado precisa ser redobrado, já que o tratamento é muito mais eficiente quando feito nos primeiros estágios da doença. “Cães e gatos podem ter diferentes tipos de leucemias que são classificadas quanto à linhagem celular envolvida, sendo a leucemia linfocítica e a leucemia mielóide geralmente as mais comumente observadas e conforme a progressão e maturação das células comprometidas, em aguda ou crônica. Como a doença apresenta sintomas inespecíficos, ou seja, que podem ser comuns a outras doenças e o tratamento pode incluir sessões de quimioterapia, as visitas frequentes ao veterinário são fundamentais.”, pontua a médica-veterinária.
Febre, fraqueza, perda de apetite, gengiva com aparência ruim, hemorragia, respiração ofegante e perda de peso são alguns dos sintomas da leucemia. O tratamento da doença é bastante delicado e exige atenção e cuidado do tutor, então é bom evitar deixar o pet sozinho por muito tempo e ficar sempre atento. O tratamento inclui sessões de quimioterapia e alguns medicamentos para controlar as dores.
E embora os animais de estimação sejam tão suscetíveis a essas doenças como os humanos, eles também podem ajudar no tratamento delas, como é o caso da fibromialgia. Uma pesquisa feita pela organização Mayo Clinic mostrou que os pets podem ser fundamentais na evolução do tratamento de pessoas acometidas pela doença. O estudo separou em dois grupos 221 pacientes com fibromialgia. Um grupo participou de uma sessão de tratamento por 20 minutos com cão terapia e treinador e outro grupo só com o treinador.
O primeiro grupo registrou aumento nos níveis de oxitocina e diminuição dos batimentos cardíacos, ocasionado maior bem-estar e, consequentemente, redução das dores. O estado emocional-fisiológico do grupo que contou com a presença do cão terapeuta nas sessões também foi mais positivo. “A pet terapia pode contribuir de excelente forma no tratamento de pessoas com doenças como depressão ou fibromialgia, pois o ser humano acaba desenvolvendo uma relação que envolve apreço e carinho, beneficiando os pacientes”, finaliza Bruna.