O home care se apresenta como uma forma de dar continuidade ao tratamento e reabilitação iniciados no hospital, mas realizados no conforto do lar. A modalidade cresceu 22,8% entre 2018 e 2019, de acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), possui ampla variedade de atendimentos, desde trocas simples de curativos, exercícios de reabilitação até internamento domiciliar, se necessário.
Para que o tratamento tenha o desfecho desejado, é preciso contar com profissionais qualificados e um cuidado personalizado. Esse é o caso da assistência nutricional, terapia fundamental para contribuir com o progresso da reabilitação e para uma melhora na qualidade de vida do paciente.
“De modo geral, as doenças se aproveitam da fraqueza orgânica para se desenvolverem pelo corpo. Assim, a alimentação é crucial para suprir carências nutricionais”, afirma Hiana Lampier, supervisora de nutrição da Lar e Saúde, uma das maiores prestadoras de home care do Brasil. “Em pacientes internados ou que estejam em tratamento, a alimentação é essencial para ajudar na recuperação, uma vez que o organismo necessita de demandas nutricionais específicas para o combate às doenças”.
No caso do home care, a assistência nutricional pode variar de uma simples adaptação de cardápio, com diferentes consistências, nutrientes e quantidades indicadas, à alimentação enteral que, por meio de uma sonda inserida no nariz ou outras vias, leva o alimento ao estômago ou intestino. Os cardápios e a produção das refeições devem sempre seguir uma programação individualizada para que o paciente tenha melhor aceitação e, consequentemente, melhor resultado no seu tratamento.
“É fundamental que haja uma análise detalhada e acompanhamento contínuo de cada paciente, pois se a prescrição dietética não atingir os resultados esperados, seja por não agradar o paladar do paciente ou prejudicar o efeito de um medicamento, por exemplo, deve-se fazer uma readequação”, explica a especialista.
Por isso, junto à avaliação nutricional é importante trabalhar com outros profissionais e com a equipe médica, uma vez que o diagnóstico interfere diretamente na escolha da conduta. Além de avaliar se o paciente tem ou não capacidade de ingestão oral, outras enfermidades requerem nutrientes específicos, já que as doenças prejudicam de diferentes formas o organismo.
“Há diagnósticos de certas enfermidades que aumentam muito o gasto energético, como é o caso do câncer. Já outros, além do aumento da necessidade energética, requerem uma maior demanda de proteínas, como em pacientes com queimaduras, em alguns outros casos podem haver restrição alimentar. Determinados alimentos têm potencial de intoxicação do organismo, podendo gerar mais desconforto ou dor. Também há alguns que prejudicam a absorção de determinados medicamentos. Por isso, trabalhar em conjunto com outros profissionais é fundamental”, ressalta Hiana.
Estrutura de hospital em casa
De acordo com o Ministério da Saúde, a alimentação enteral pode ser descrita como “alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializado ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar”.
A modalidade, comum em hospitais, sobretudo em pacientes que apresentem um estado mais crítico, também pode ser realizada em casa, com toda a estrutura necessária.
“As sondas nasogástricas e nasoentéricas são utilizadas para alimentar o paciente que não pode receber alimentação por via oral, para medicação e até mesmo para reduzir o sofrimento, em determinados casos e, por isso, deve ser feita apenas por profissionais qualificados para tal”, explica a supervisora de nutrição da Lar e Saúde.
“A Lar e Saúde conta com uma equipe preparada para esse tipo de atendimento e capaz de evitar quaisquer danos decorrentes com a terapia. Além disso, o home care possui toda a infraestrutura necessária para a manutenção dos cuidados com o paciente, seja em quadros mais estáveis ou em fases mais críticas da doença”, finaliza Hiana.