Todo começo de ano é a mesma história: IPVA, IPTU, material e rematrícula escolar e entre outras despesas extras, e ainda temos o agravante da elevação dos preços e a alta dos juros que fizeram o brasileiro perder renda em 2021. Mas como passar por essa fase de forma tranquila e em busca do bem-estar financeiro? Rebeca Toyama, especialista em bem-estar financeiro alerta sobre os indicadores de inadimplência e traz 5 dicas para auxiliar a população brasileira a atingir o tão sonhado bem-estar em âmbito financeiro.
Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a parcela de endividados teve média anual de 70,9% em 2021, ante 66,5% em 2020. E o número de endividados em 2021 foi o maior patamar anual para a pesquisa desde o começo da série da Peic em 2010, isso significa que para cada 10 famílias, 7 tem algum tipo de dívida. Já os indicadores de inadimplência mostraram melhora em relação a 2020, no ano passado cerca de 25,2% das famílias relataram ter dívidas e contas em atraso, em 2020 o número era de 25,5%.
Para a especialista em bem-estar financeiro, os números são assustadores tanto de inadimplentes como o de famílias endividadas, e alerta que é necessário, talvez até mais que antes, se ter o controle de tudo que se gasta, porque ainda estamos passando por momentos difíceis no cenário da pandemia e a população traz a impressão de que vai fazer compras para compensar o tempo perdido ou o estresse gerado pelo cenário pandêmico.
“Importante ressaltar que compramos muitas vezes por impulso para termos a impressão e sensação de estarmos mais felizes e para recompensar algo. Estamos em um momento que ainda precisamos ter muito controle sobre o que gastamos para não cair nas armadilhas e não se endividar, pois muitos brasileiros compram sem analisar o quando vai comprometer o orçamento doméstico, e isso traz sérias consequências no presente e para o futuro”, alerta, Rebeca Toyama, especialista em bem-estar financeiro.
O que é bem-estar financeiro e como obter?
De acordo com Rebeca Toyama, o bem-estar financeiro é o objetivo final da educação financeira e pode ser definido como um estado de espírito em que a pessoa tem controle sobre as finanças.
Também, é a capacidade para absorver um choque financeiro e liberdade financeira para fazer as escolhas que permitem aproveitar a vida no presente, sem colocar o futuro em risco.
Portanto, para se obter o tão comentado bem-estar financeiro é necessário ter uma mudança de atitude em relação às finanças, pois se sabe que a falta de informação e de autoconhecimento estão entre as principais razões do endividamento e da dificuldade em lidar com o tema.
Mesmo que existam inúmeras ferramentas para auxiliar a população, o ideal para se desenvolver competências e habilidades relacionadas às finanças pessoais é buscar um consumo consciente, informação, instrução e aconselhamento de bons profissionais.
“O exercício é diário, não podemos esquecer disso! E é necessário entender que bem-estar financeiro não se trata de ganhar mais para acumular mais ou ganhar muito para acumular muito, mas sim entender que dadas as atuais circunstâncias financeiras da pessoa, como se pode tirar o melhor proveito de sua situação. E quais conhecimentos, habilidades e atitudes levam ao resultado esperado”, finaliza Rebeca.
Diante das dificuldades do começo do ano, Rebeca Toyama, especialista em bem-estar financeiro, deixa 5 dicas para os brasileiros evitarem estresse financeiro.
1- Organize seu estilo de vida junto com suas finanças domésticas, ambos devem ser discutidos e alinhados com a família;
2- Planeje seu orçamento doméstico anual e coloque metas mensais, assim não escapam aquelas despesas ou receitas pontuais como IPVA, IPTU etc.;
3- Acompanhe diariamente seus gastos e metas para não ser pego de surpresa no final do mês e muito menos no final do ano;
4- Inclua no planejamento financeiro suas necessidades pois elas aparecerão em algum momento, por exemplo: dentista, tratamento de saúde, troca de equipamento etc.;
5- Use de forma favorável seus sonhos e desejos que atuam como motivadores da disciplina financeira quando considerados nas metas do planejamento, por exemplo: farei uma viagem depois de atingir alguma meta de acúmulo de dinheiro;