É tempo de umbu e seus derivados pelos quatro cantos da Bahia! Neste mês de janeiro, verão na Bahia, e a safra do umbu promete espalhar esse fruto originário da Caatinga pelas mesas de baianos e baianas, mas também por famílias de outros estados Brasil e até da Alemanha. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de umbu, em 2020, foi de 5,4 mil toneladas, representando 57% do total do país, sendo destaque nacional. Na Bahia, a produção é resultado de um extrativismo sustentável, que proporciona renda para milhares de famílias.
Além de ser comercializado in natura, o umbu pode ser consumido em suco e umbuzada, e também pode ser adquirido e consumido em produtos como geleias, doces, picolés, umbubom, cervejas e licores artesanais. Essas transformações foram possíveis a partir dos investimentos do Governo da Bahia, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), em cooperativas e associações da agricultura familiar, que passaram a contar com agroindústrias de beneficiamento de frutas e com as orientações do serviço de assistência técnica e extensão rural (Ater).
As ações proporcionam o aumento da produção e da produtividade e a qualificação da produção, tendo como um dos principais resultados produtos com valor agregado, que atendem à demanda do mercado.
Um dos casos de sucesso relacionados à ‘Árvore Sagrada do Sertão’ é o da Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), localizada no município de Uauá, do Território Sertão do São Francisco. A cooperativa, que comercializa a produção para diversos municípios da Bahia, em outros estados do Brasil e até para a Alemanha, teve, em 2021, faturamento de R$1,5 milhão.
O secretário de Desenvolvimento Rural, Josias Gomes, ressalta que os investimentos têm a finalidade de agregar valor a esse fruto, que é símbolo do Sertão, mas que por muito tempo foi utilizado para alimentação animal e se perdia. Ele destaca a importância de se manter a cultura regional, enquanto se investe na melhoria das condições de trabalho e diversificação da produção, o que tem proporcionado alcançar um ganho em escala nunca visto na Bahia, contando com investimentos que incluem agroindústrias, melhoramento do cultivo, aumento de produtividade, e introdução de novos cultivares como o umbu gigante.
“Não fosse assim, nós hoje estaríamos com uma safra grande de umbu sem ter aonde beneficiar e o Estado permitiu que isso fosse feito, de modo que nosso propósito está plenamente aceito e atingido, que é o de agregar valor a esse fruto, na medida em que preservamos a Caatinga e preservamos o umbu, que é o símbolo do Sertão, e damos a ele um sentido importante para que ele continue sendo símbolo do Semiárido Nordestino, que começa a ser admirado pelos doces, geleias, umbuzada que, finalmente, a Coopercuc conseguiu envasar. Valeu o investimento feito pelo Governo do Estado na cultura do umbu”, enfatiza Josias Gomes.
Por meio de projetos como o Bahia Produtiva e o Pró-Semiárido, executados pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR/SDR), foram destinados recursos da ordem de R$6 milhões, em infraestrutura, maquinários, equipamentos e outros investimentos voltados para o beneficiamento de frutas. Com as ações, agricultores e agricultoras familiares têm garantido a sua renda com o fruto da terra.
Lucas Carvalho dos Anjos, que é empresário e possui uma loja no município de Lençóis, na Chapada Diamantina, lembrou que o umbu é bastante azedo, mas que conseguiram dar versatilidade à fruta, de modo a permitir sua produção em escala sem perder a qualidade. “Compro para a revenda e sou consumidor do produto. Eu tenho uma loja em Lençóis de produtos da Chapada Diamantina e eu abro exceções para produtos que eu considero de qualidade.
Denise Cardoso, presidente da cooperativa, apresenta a linha de produtos derivados do umbu e fala sobre a expectativa dessa safra. “Os produtos derivados do umbu que produzimos aqui são a geleia, os doces, doce de corte, cerveja, licor, umbubom. São vários produtos, tem as polpas, os sucos, e as perspectivas são boas, em relação à safra deste ano. Acredito que será um ano bom para a gente”. Em média são colhidas 60 toneladas do fruto, ao ano, nessa região, mas a expectativa é chegar às 100 toneladas, até março de 2022.
Nutrição e sistema imunológico
Além do sabor marcante e dos inúmeros nutrientes o umbu ajuda a aumentar a imunidade, já que é fonte de vitaminas do complexo B, A e C, além de possuir alto teor de minerais como cálcio, ferro, fósforo, potássio e zinco. Neste período de pandemia, é uma boa opção para manter a imunidade em alta.