A pílula anticoncepcional é o método contraceptivo mais usado no Brasil. Pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, divulgada em setembro de 2021, identificou que 58% das mulheres a utilizam. No entanto, a adaptação nem sempre é fácil ou possível, já que a combinação de hormônios pode trazer, em alguns casos, efeitos indesejados que devem ser avaliados pelo médico ginecologista.
Entre os principais fatores para a escolha da pílula anticoncepcional como método contraceptivo está a eficácia que o produto oferece para a realização do planejamento reprodutivo, considerado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA Brasil) um fator essencial para a igualdade de gênero e o empoderamento feminino.
De fácil administração, a pílula pode trazer outros benefícios à mulher, como a regulação do ciclo menstrual, a redução de cólicas e a diminuição da oleosidade da pele e do cabelo, contribuindo para o tratamento da acne, conforme informa a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) na edição da publicação Feminina, em agosto deste ano.
Apesar disso, muitas mulheres podem ter reações ao uso da pílula. Neste caso, é preciso buscar a orientação de um profissional da área de ginecologia para identificar se os sintomas apresentados indicam um processo inicial de adaptação ou se é necessária a troca ou até mesmo a suspensão do uso da pílula.
Sintomas que podem surgir com o uso da pílula
Ao realizar o uso do anticoncepcional oral, o organismo da mulher pode apresentar algumas reações que devem ser avaliadas pelo médico. A intensidade e a frequência dos sintomas ajudam a definir quais medidas devem ser tomadas sobre a administração da pílula, como orienta a Febrasgo.
Dor de cabeça e náuseas
O início do uso da pílula anticoncepcional pode causar dores de cabeça e náuseas. No entanto, a orientação das autoridades de saúde é observar se os sintomas persistem e fazer a diferenciação entre uma cefaléia leve ou enxaqueca. No primeiro caso, pode ser indicada a alteração do medicamento, mas caso a paciente apresente um quadro de enxaqueca com aura, o uso da pílula deve ser interrompido.
Sangramento de escape
É comum que a mulher apresente um pequeno sangramento de escape entre um período menstrual e outro no início da administração da pílula. Tomá-la nos mesmos horários pode ajudar a diminuir essa reação, que tende a desaparecer após o terceiro ciclo.
Ganho de peso
É possível que anticoncepcionais orais provoquem a retenção de líquidos ou, ainda, maior vontade de comer em decorrência das alterações hormonais. Além de exercícios físicos, o médico pode indicar o uso de diurético.
Diminuição da libido
Este efeito colateral é decorrente da inibição da produção de testosterona no organismo e também deve ser comunicado ao médico ginecologista, que irá avaliar se há a necessidade de um tratamento de reposição hormonal.
Mastalgia
A mastalgia ou dor nas mamas acontece por uma maior sensibilidade da região, o que pode ocorrer por conta do anticoncepcional oral. É preciso relatar essa alteração ao médico, que poderá indicar uma mudança na pílula.
Fatores de risco
De acordo com a Febrasgo, há estudos que sugerem a associação entre o uso da pílula anticoncepcional e o desenvolvimento de trombose. Embora o risco seja pequeno, é preciso considerar o histórico de saúde da mulher para saber se este método contraceptivo deve ser recomendado.
Mulheres que fumam e têm mais de 35 anos; que tenham hipertensão que não é controlada; com histórico de doença cardíaca, enxaqueca com áurea, câncer de mama e câncer endometrial são consideradas do grupo de risco. Por isso, as autoridades de saúde recomendam não usar a pílula por conta própria, sem orientação médica.