Ativistas de diferentes movimentos sociais, do meio ambiente, mobilidade e direito à cidade e representantes do poder público se reuniram na manhã desta sexta-feira (27) para a primeira Audiência Pública convocada a partir do movimento Não ao BRT e das discussões da Frente Parlamentar Mista Ambientalista da Câmara Municipal de Salvador (CMS), presidida pela vereadora Maria Marighella (PT). O evento teve transmissão ao vivo nos canais oficiais da CMS, onde permanece disponível.
O debate sobre o BRT Salvador trouxe análises sobre os impactos financeiro-patrimonial, ambiental, urbanístico, estético e paisagístico sobre a concepção e execução deste projeto. A visão dos ativistas é de que a obra vem devastando grandes áreas verdes, rios e fauna nas regiões por onde atravessa, de que se trata de um projeto ultrapassado, de altíssimo custo e de risco sanitário, e que privilegia o transporte individual. O BRT Salvador é tido como o mais caro do país, com obras avaliadas em quase R$ 1 bilhão, e suas irregularidades já foram alvo de ações do Instituto dos Arquitetos do Brasil – Seção Bahia e dos Ministérios Públicos Federal e Estadual.
Tiveram falas profissionais como Heron José de Santana Gordilho, promotor de Meio Ambiente do Ministério Público do Estado da Bahia; Carl Von Hauenschild, arquiteto e membro do Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento Bahia (IAB-BA); Welton Luiz Costa Rocha, chefe de Gabinete do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA); Matheus Xavier, técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan); e militantes do movimento Não ao BRT Salvador.
Mesmo com ausência de participação da Prefeitura, encaminhamentos puderam ser estabelecidos, como a convocação de reunião com a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana de Salvador (SEMOB) e de pedido de informações à Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (SEDUR) quanto à manutenção e replantio das árvores; a análise do Iphan sobre os impactos do trecho que passa por poligonal tombada; os estudos de Impacto de Vizinhança e de Impacto Ambiental; além de pedido de informações à Embasa sobre impactos nas estações de água e de esgotamento sanitário.