Nesta segunda-feira, dia 12 de julho, o Teatro Castro Alves (TCA) e a Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba), sob gestão da Associação Amigos do Teatro Castro Alves (ATCA), iniciam uma campanha que visa unir o povo baiano numa ação de solidariedade: arrecadar máscaras PFF2 e alimentos não perecíveis em prol do Movimento Nacional da População de Rua – Bahia (MNPR-BA). A iniciativa receberá as doações até o dia 23 de julho, sempre de segunda a sexta, das 9h às 17h, via drive thru, no TCA.
O encerramento das coletas acontecerá em 24 de julho, sábado, com horário de arrecadação das 9h às 12h, com a mobilização de integrantes da Osba para receber as doações. A campanha foi lançada oficialmente no Dois de Julho, com o vídeo “Corrente Sinfônica”, unindo arte e compromisso social. Celebrando a Independência da Bahia, data com simbolismo de transformação e força para o povo baiano, o TCA e um dos seus corpos artísticos se engajam nas demandas sociais da pandemia da Covid-19, atentos ao crescimento no número de pessoas em situação de rua no país.
O Movimento Nacional da População de Rua, surgido em 2005, tem forte representatividade na luta pelos direitos de pessoas em situação de rua na Bahia. Desse modo, esta campanha visa ampliar o alcance do significativo trabalho desenvolvido pelo MNPR, numa ação que agregue mais pessoas à causa. Os dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), de março de 2020, apontavam que 222 mil brasileiros viviam em situação de rua. Os números de junho do mesmo ano já indicavam um crescimento neste já expressivo quantitativo.
O roteiro de coletas de máscaras PFF2 e alimentos não perecíveis será via drive thru com início na rampa da bilheteria do TCA, no bairro do Campo Grande, e saída pela Travessa Corneta Lopes, em cuja esquina fica a Igreja Batista Sião. O funcionamento seguirá de 12 a 16 de julho e 19 a 23 de julho, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.
Para Rose Lima, diretora artística do TCA, o maior e mais importante equipamento cultural da Bahia está sempre buscando formas de se conectar com as questões deste tempo, compreendendo a ideia de cultura de modo amplo e como indissociável dos temas sociais. “O TCA e seus corpos artísticos estão preocupados em promover colaborações, parcerias, correspondendo aos seus papéis de instituições públicas que buscam a promoção da cultura e formas de conectar a população baiana”.
O vídeo “Corrente Sinfônica” está no canal do TCA, e no canal da Osba e também nos perfis do equipamento cultural e da orquestra nas redes sociais. Nesta edição da série, o maestro Carlos Prazeres conta detalhes da campanha e os músicos interpretam solos do “Hino ao Dois de Julho”, composição de Ladislau dos Santos Titara e José dos Santos Barreto. Desde 2010, este é o hino oficial da Bahia. O lançamento honra o espírito emancipatório desta festa cívica baiana, celebrando o poder da união do seu povo para grandes conquistas.
Programação – A Osba segue sob o mote “A música nos conecta” na sua programação, ao longo da pandemia, e ainda desenvolverá outras atividades especiais em torno da campanha: o “Osba Talks” de hoje, 9 de julho, sexta-feira, às 19h, terá a participação de Sueli Oliveira, coordenadora do MNPR-BA; Hugo Dantas, secretário do MNPR-BA; Carlos Prazeres, maestro e diretor artístico da Osba; e José Maurício Bittencourt, assessor de desenvolvimento institucional da Osba. O tema da live será “A situação da população de rua na Bahia: como ajudar?” e terá transmissão no Instagram da Osba (@orquestrasinfonicadabahia).
Para Carlos Prazeres, é muito importante que as pessoas de todas as esferas sociais, incluindo as pessoas em situação de rua, tenham acesso à orquestra que é do Governo do Estado “Ou seja, precisa ser uma orquestra para todos. Nós temos também obrigação de sermos solidários com a sociedade baiana neste momento. Por isso, o Dois de julho é uma data que mostra esse símbolo de baianidade e de como nós podemos ajudar”, afirma.
Já Sueli Oliveira espera que o público possa acolher as pessoas em situação de rua. “Desejamos que as pessoas conheçam um pouco sobre a história do Movimento, que possam olhar de modo mais humano e diferenciado. É preciso dar oportunidade para que as pessoas em situação de rua sejam vistas enquanto cidadãs e cidadãos de direitos humanos. Porque ninguém está nesta condição porque quer. A situação de rua não é escolha nem opção: é falta de opção”.