Após a identificação de pessoas, Pós Covid, infectadas com o chamado “fungo negro” em Pernambuco e Rio Grande do Norte, dúvidas sobre a patologia preocupam a população brasileira. Trata-se da Mucormicose, uma doença causada por fungos hialinos (transparentes) pertencentes à ordem Mucorales. Segundo a bioquímica especialista em micose do Sabin Medicina Diagnóstica, Maria das Graças Simões (Dra. Gracita), ainda não é possível afirmar que a COVID-19 tenha uma relação direta com Mucormicose, embora a infecção atinja pessoas com a imunidade comprometida, inclusive, internados em UTI, que receberam tratamento com esteróides – droga que diminui a imunidade e aumenta as taxas de glicose, utilizada para combater infecções pulmonares.
“Pacientes com imunidade comprometida e internados em UTI estão sujeitos a infecções fúngicas por qualquer tipo de fungo oportunista, que pode se disseminar mais facilmente”, explica. Embora não seja uma infecção transmissível, ela pode ser adquirida pela inalação ou contato com pele e mucosas de esporos que se encontrem no ar em qualquer ambiente, principalmente em lugares de clima quente e úmido.
A infecção apresenta lesões necróticas que têm coloração negra no nariz e palato, o que gera o nome popular “fungo negro”. “Estes sinais, em geral, são seguidos de secreção nasal purulenta, febre e inflamação na região dos olhos. Também podem evoluir para invasão do sistema nervoso central e pulmões”, explica a Bioquímica.
Prevenção e tratamento
Segundo o médico responsável pela Microbiologia do Sabin Medicina Diagnóstica da Bahia, Luiz Carlos Senna Carvalho dos Santos, a Mucormicose não é uma doença contagiosa e por isso a melhor forma de preveni-la é manter a imunidade alta, seguindo os parâmetros básicos para a boa saúde, como prática constante de exercícios físicos, alimentação equilibrada e sono regular. “Uma pessoa saudável, sem problemas no sistema imunológico, não deve temer o contágio. A Mucormicose é causada por fungos oportunistas, ou seja, que só ocorrem em indivíduos com baixa imunidade, pois convivem pacificamente com um hospedeiro em situações normais de saúde”, afirma.
Em caso de suspeita da contaminação, é importante procurar um médico. Além do exame clínico realizado na consulta, o especialista solicitará exames sorológicos, micológicos e histopatológicos para auxiliar na escolha do tratamento mais indicado para o paciente. Para mais informações sobre exames, acesse https://www.sabin.com.br/.
Como a Mucormicose é uma doença que pode se manifestar de diferentes formas, dependendo do órgão afetado pelos fungos, o tratamento é altamente individualizado e requer o acompanhamento de um clínico geral ou infectologista.