A Implantação do Porto Sul e a Construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) foram debatidas nesta terça-feira (18) em mais uma edição do projeto “Vamos Debater?”, promovido pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA). O evento, que teve transmissão ao vivo através do canal do Crea-BA no YouTube, contou com a participação do vice-governador João Leão, secretário Estadual do Planejamento: “Essas obras estruturantes vão potencializar a mineração e vários outros setores econômicos do estado”.
Leão falou sobre a importância da obra, inspirada no projeto do Engenheiro Vasco Neto, para o Brasil e em especial para a Bahia e municípios onde a ferrovia irá passar. O titular da Seplan também destacou o trabalho de prospecção mineral realizado pela CBPM. “Nós pegamos a linha da Fiol, numa parceria com a CBPM, e estamos fazendo uma varredura e descobrindo todos os minerais de Ilhéus até Barreiras, numa extensão de 100km em cada margem da ferrovia. Hoje à Bahia é o maior produtor de diamantes, segundo maior de esmeraldas e o 4° maior produtor de ouro do país, queremos crescer ainda mais com a Fiol”, destaca.
O vice-governador defendeu ainda a continuidade do projeto da Ferrovia Oeste-Leste como previa originalmente o projeto do Vasco Neto. “Nós precisamos realmente fazer um projeto essencial, o projeto inicial, que era a ligação do Atlântico com o Pacífico. Esta é a meta da Fiol”.
A chefe da Divisão de Fiscalização do Aproveitamento Mineral na Gerência Regional da ANM na Bahia, Carla Vieira, tratou sobre a importância da ferrovia para o desenvolvimento de projetos de mineração no estado. “Recursos como minério de ferro se tornam economicamente mais viáveis com a disponibilidade da malha ferroviária, o que estimulará a implantação de novos empreendimentos minerários, gerando mais desenvolvimento econômico e social para o Estado da Bahia”, explica.
A Ferrovia de Integração Oeste-leste, que contará terá 1.527 km de extensão, estabelecendo a ligação entre o Porto Sul em Ilhéus (BA) e o município de Figueirópolis (TO), será um importante corredor logístico para a mineração e o agronegócio. O empreendimento está dividido em três trechos: o primeiro deles, entre Ilhéus (BA) e Caetité (BA), conta com cerca de 73% de execução física da obra; o segundo trecho, entre Caetité (BA) e Barreiras (BA), com 485 km, tem 36% das obras executadas e o terceiro trecho, entre Barreiras (BA) e Figueirópolis (TO), com 505 km, encontra-se em fase de estudos e projetos.
O Porto Sul é um investimento realizado pelo Governo do Estado e pela Bahia Mineração (Bamin), com recursos de R$ 2,5 bilhões. As obras iniciais, que representam o sistema viário interno com ligação a Ferrovia Oeste-Leste (Fiol), devem ser concluídas em abril de 2022. Nesta etapa da obra serão construídas vias, instalação de sinalização, pontes, implantação de redes elétrica e de água, entre outras ações. Concluída essa fase, será iniciada a construção e desenvolvimento da estrutura do empreendimento.
O empreendimento, que já possui todas as licenças ambientais necessárias para a evolução da obra, será fundamental para o escoamento da produção de minérios e de grãos, criando um sistema intermodal que incluirá um Polo de Logística.
Além de Leão, participaram do debate o vice-presidente do Crea-BA, João Carlos Pimenta, e representantes da Agência Nacional de Mineração (ANM), da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb).