Os filhos de uma mulher que morreu em Magé, na Baixada Fluminense, região metropolitana do Rio de Janeiro, foram obrigados a abrir a cova para enterrar a mãe, no cemitério local, por falta de coveiros.
Foram os próprios familiares que divulgaram imagens do momento nas redes sociais, nesta quinta-feira, criticando as autoridades municipais.
“Venho informar aqui a pouca vergonha […] aqui em Magé, no Cemitério II da Vila Esperança. Esta aqui que está no caixão é a nossa mãe. Não tem um coveiro aqui para enterrar. Quem está enterrando são os quatro filhos. E não tem um coveiro. Pelo amor de Deus. Minha mãe está sendo tratada pior que um cachorro. Isso é muito triste”, pode -se ouvir no vídeo, disponível abaixo.
A prefeitura de Magé divulgou, entretanto, um comunicado, citado pelo G1, onde indicou que os coveiros tinham sido todos dispensados por ser horário de almoço.
Porém, as autoridades lamentam “profundamente” o incidente e garantem que “todas as medidas foram imediatamente tomadas pela gestão municipal” para que não volte a acontecer. “É impensável, no nosso governo, que a população seja desassistida, ainda mais num momento de dor”, indicam.
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A média móvel diária de mortes por covid-19 no Brasil ficou na quarta-feira, 17, pela primeira vez, acima de 2 mil, de acordo com dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa – foi o 19º recorde consecutivo e o número é 52,4% maior se comparado com o dado registrado há apenas 14 dias. “O maior colapso sanitário e hospitalar da história do Brasil” – como classificou a Fiocruz – se caracteriza pela reunião de diversos fatores que levam à tragédia iminente.
Oito em cada dez brasileiros (79%) consideram que a pandemia está fora de controle no país, segundo uma sondagem do Instituto DataFolha, divulgada nesta sexta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo.