Em meio ao toque de recolher que foi imposto pelo governador Rui Costa, leitos de UTIs em Salvador estão sendo ocupados mais rapidamente. Segundo a diretora-geral do hospital Couto Maia (que fica no bairro de Cajazeiras), Ceuci Nunes a população deveria ver como estão as unidades de saúde da capital para poder entender a proximidade do colapso.
“As pessoas precisam visitar os hospitais e ver o sofrimento que a população passa, os profissionais de saúde passam, familiares passam. A rede privada está colapsada, isso é um fato. A rede pública tem lugares na Bahia onde tem o colapso”, comentou na manhã desta quarta-feira (3), durante entrevista ao apresentador José Eduardo, na rádio Metrópole.
Ela, que também é médica infectologista, comentou com indignação o modo como as pessoas estão se comportando durante a segunda na Bahia. “Eu acho que a população vai ser educada pela dor, não vai ter outro jeito. A doença está se espalhando tanto que cada casa vai ter uma doente. Então quando ver isso, as pessoas vão sentir que alguma coisa vai ser feita. Eu sei que é dolorido fechar uma loja, mas se morrer, vai fazer o que?”, indagou.
Ceuci Nunes também comentou a fala do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a população não usar máscara nas ruas. “Sinceramente, eu não compreendo. Eu acho que tem uma doença da negação que está, não só no presidente da República, mas também em seus servidores, inclusive médicos, e é uma coisa terrível”, rebateu.
“Se o brasil mudar sua postura e tiver um comando nacional e que todos estados e municípios diga um comando, a gente pode mudar o cenário, mas se continuar essa esculhambação de cada um fazer de um jeito, a gente vai para o limbo, porque as pessoas estão sendo guerreiras para salvar vidas, mas tudo isso tem limite”.
Ceuci disse ainda que a taxa de ocupação do Couto Maia, para esta quarta (3) está em 63%, mas que isso não quer dizer que diminuiu a taxa de transmissão. “A gente tem leito de pessoas que têm alta ou que morreram. Então são esses leitos que estamos colocando à disposição da sociedade. Ontem nós abrimos mais 20 leitos de enfermaria no local que funcionava o ambulatório, são leitos que não podemos colocar pacientes graves”.
Por: Reprodução/Instituto Couto Maia Por: Brenda Viana/BNEWS