Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Democracia da Câmara de Salvador, a vereadora Marta Rodrigues (PT) se reuniu, na tarde de quarta (20), para discutir a inclusão da população em situação de rua no plano de vacinação da prefeitura com o secretário municipal de Combate à Pobreza Esportes e Lazer (SEMPRE), Kiki Bispo, com a coordenadora do Movimento Nacional de População de Rua (MNPR), Sueli Oliveira e com a membro do Fórum de Catadoras e Catadores da Rua, Anemone da Paz.
A reunião foi um pedido das entidades que estão preocupadas com os riscos aos quais a população de rua está submetida por ter alto índice de vulnerabilidade. “A população em situação de rua tem de 5 a 10 vezes mais chances de se infectar por Covid19, e 5 a 10 vezes maior risco de morte por esta doença. São dados nacionais com quais trabalhamos”, explicou Sueli.
Segundo dados do SUAS nacional, existem em Salvador cerca de 8 mil pessoas em situação de rua, no entanto, ela aponta que o número é defasado pois a contagem não é refeita. “A última pesquisa, que não é do Suas, mas foi elaborada pelo Projeto Axé em parceria com a Ufba, de 2017, projetou uma estimativa de 14 a 17 mil pessoas que utilizavam as ruas da capital para moradia ou sustento”, acrescenta ela.
Durante a reunião, o secretário municipal escutou as demandas e prontificou a levar a questão também para o secretário de saúde, Leo Prates, acrescentando que a prefeitura está no aguardo das chegadas de mais doses.
“Estamos atentos a todas essas questões, e com certeza, vamos estar pontuando a importância da população em situação de rua”, disse.
Para a vereadora Marta Rodrigues, é importante que a prefeitura ouça, nesse momento delicado e de angústia com a pandemia e espera da vacina, as populações em situação vulnerabilidade, os conselhos municipais, a exemplo do de Saúde e Assistência Social, além dos comitês intersetoriais. “Este é um processo que requer muita escuta, participação para que a vacinação ocorra para quem mais precisa”, declarou.
Já Anemone pontuou a necessidade de acompanhamento da população em situação de rua para não haver subnotificação. “Não sabemos quantos morreram desta doença”, diz.