Um estudo publicado nesta terça-feira, 09, na revista Science, uma das mais importantes do mundo, revelou os mecanismos que causam a microcefalia pelo zika vírus. O trabalho contou com a colaboração de Instituições brasileiras, incluindo a Unifacisa.
A pesquisa ajuda a explicar por que algumas mães infectadas pelo vírus geraram bebês com a doença e outras não. O estudo abre caminho para medicamentos contra a doença e é um passo importante em busca por medicamentos para a microcefalia e também facilita pesquisas futuras.
O vírus da zika está associado ao aumento de recém-nascidos com microcefalia. Ele foi diagnosticado pela primeira vez no Brasil em 2015. Até dezembro de 2019, o Ministério da Saúde confirmou 3.474 casos no país.
De acordo com o coordenador do Núcleo de Genética Médica (NUGEM) da Unifacisa, Dr. Bruno Schamber-Reis, os diagnósticos das mães e bebês portadores de zika foram feitas na Unifacisa. “Para essa pesquisa, nós contribuímos com a identificação das pessoas e testes confirmatórios, realizando os diagnósticos moleculares e sorológicos de Zika na coorte de mães infectadas”, afirmou.
A médica e pesquisadora do IPESQ e da Unifacisa, Adriana Melo, uma das primeiras profissionais de saúde no mundo a associar os casos de microcefalia ao zika vírus, falou sobre a importância da publicação da revista Science.
“A Ciência brasileira está em festa porque conseguimos publicar, em uma das principais revistas científicas do mundo, um artigo genuinamente brasileiro, onde todos os pesquisadores são brasileiros e todas as instituições participantes também. E vale salientar que, esse trabalho começou aqui em Campina Grande, no interior da Paraíba, quando nós fizemos o diagnóstico de crianças com o zika vírus no líquido amniótico, acompanhamos algumas dessas crianças que foram a óbito e as mães autorizaram o estudo deste cérebro numa parceria do IPESQ e a Unifacisa”, afirmou.
Segundo a pesquisadora, o trabalho foi crescendo e contando com a colaboração de outras Instituições, como a Universidade do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, mostrando como a colaboração pode dar frutos.
Ela destacou ainda que a parceria IPESQ e Unifacisa tem rendido muitos frutos para a ciência brasileira e novas pesquisas estão em andamento.