O óleo de cozinha usado na fritura de alimentos e a soda cáustica foram utilizados pelos estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Colégio Estadual João Ubaldo Ribeiro, localizado na Ilha de Itaparica, para a produção de sabão artesanal em barras para uso doméstico. A produção foi feita a partir da oficina temática realizada nas aulas de Biologia, com o objetivo de preservar o meio ambiente, já que evita o descarte errado do óleo de cozinha. Por enquanto, o sabão está sendo utilizado para consumo nas casas dos próprios alunos e na cozinha da escola. Mas o plano é que o produto venha a ser uma fonte de renda para os estudantes do EJA.
Pablo Jean Santos dos Santos, 18 anos, aluno da área de Exatas B, do eixo formativo VII, falou da atividade e sobre a perspectiva de ter no sabão uma fonte de renda. “Gosto muito de fazer a atividade, pois aprendemos desde o início o processo de fabricação, além de estarmos colaborando com a preservação do nosso meio ambiente. Também futuramente poderemos criar uma forma de renda através dessa produção, que pode ajudar muitas famílias de nossa comunidade”, destacou.
A colega Gileade de Jesus Alves, 18, também de Exatas, contou que utiliza o sabão na limpeza da casa e lavagem de roupas e utensílios domésticos. “Não deixa nada a desejar para os de marcas famosas, limpa muito bem. Toda vez que uso sinto um orgulho danado de saber que ali tem um pouco de meu trabalho”, declarou.
O professor de Biologia e orientador da atividade, Lucinaldo de Oliveira Reis, conta que a ideia é despertar nos estudantes a preservação ao meio ambiente. “Eles colhem o material e, com isso, vão conhecendo os prejuízos que o óleo de fritura causa quando são descartados de forma errada, causando danos ao ambiente. Quando misturado a certos produtos, esse óleo prejudica mananciais, rios e praias, que são fatores importantes de nosso cotidiano e da natureza aqui na Ilha”, explicou.
A ideia é montar uma cooperativa que receberá o óleo da comunidade, produzirá o sabão que será vendido pelos alunos na comunidade em que vivem. A princípio o nome escolhido para a cooperativa e do produto é ECOJUR, ECO de ecologia e JUR de João Ubaldo Ribeiro, em homenagem ao escritor João Ubaldo Ribeiro, que nomeia a escola e é natural da Ilha. Os estudantes agora estão envolvidos no terceiro momento da produção, que é a embalagem, para agregar mais valor ao produto, e também a confecção da logomarca.