Os Centros Sociais Urbanos (CSU’s) são elementos que promovem transformação social nas comunidades em que estão instalados, não se pode negar, como podemos confirmar na matéria (http://www.secom.ba.gov.br/
No CSU Nordeste de Amaralina, localizado no Beco da Cultura, além das atividades socioeducativas, esportivas e prestação de serviços ao cidadão, está instalado o projeto de prática e desenvolvimento musical do Programa Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba), que atende, na localidade, cerca de 70 crianças e adolescentes entre 7 e 17 anos.
Para Emanuela Chaves, ter um núcleo do Neojiba na comunidade, há cerca de três anos, mudou a vida da sua família. “Dos meus cinco filhos, três participam do Neojiba. Meu sentimento é de alegria e esperança em saber que eles vão ter um futuro digno e serão músicos de excelência”, contou orgulhosa Tia Manu, como é chamada pelos alunos.
Além de ter os filhos participando do Neojiba, Manu também trabalha no CSU, participa das atividades oferecidas no local, e é mobilizadora do Programa. “Quando o Neojiba se instalou aqui, eu fui convidada para trabalhar, então decidi trazer meus filhos. Enquanto eu trabalho, eles estão na aula e o que é melhor: pertinho de mim. Eu trouxe as minhas crianças e sempre que posso trago outras. Todas as crianças precisam participar de programas como esses, mesmo que não saibam nada de música. O potencial eles vão desenvolver aqui”, sentenciou Manu, para após confessar que se os filhos não estivessem no programa, certamente estariam na rua. “A gente sabe tudo que vivemos no nosso bairro, aqui eu me sinto segura com meus filhos. Outras famílias também. Eles estão aqui aprendendo coisas boas, em vez de estarem nas ruas correndo risco”.
Já para Antônia Carvalho, avó de Maria Eduarda, de 8 anos, o CSU é uma das melhores coisas do bairro. “Eu vendo lanche aqui no CSU há algum tempo e minha neta já estava matriculada no balé. Agora ela também participa do grupo de canto coral do Neojiba e estuda de manhã. Se eles não estivessem aqui, ela não teria essa oportunidade”, contou. D. Antonia também participa das atividades oferecidas no CSU Nordeste de Amaralina. “Eu também faço dança de salão aqui. Espero que isso aqui cresça cada vez mais e nunca acabe, pelo amor de Deus! É uma chance muito boa para nossos filhos e netos. Eu me sinto muito feliz com essas oportunidades”, comemorou.
Neojiba e comunidades
Além das atividades do Neojiba, o CSU Nordeste de Amaralina oferece aulas de dança (de salão, afro e balé), ginástica, artesanato, grupo de integração com idosos, capoeira, ginástica rítmica, karatê, futebol, vôlei, ioga, natação, hidroginástica, assistência social, biblioteca, curso pré-vestibular e profissionalizante, para pessoas residentes nos bairros de entorno do equipamento.
Segundo Ednei Ipojucan, coordenador pedagógico do Núcleo Nordeste de Amaralina do Neojiba, a equipe trabalha em conjunto para conduzir as atividades do programa. “A equipe é capacitada para trabalhar com crianças de idades e realidades diferentes. Ter um núcleo do programa aqui no bairro, e dentro do CSU, é uma vitória, da perspectiva da vulnerabilidade social do local. Presamos mostrar a essas crianças que é possível uma mudança, através da música”, contou o coordenador.
O Neojiba atua no bairro há três anos e promove cursos de iniciação musical e canto coral para crianças de sete a 12 anos, e de prática e desenvolvimento musical para adolescentes de 12 a 17 anos. Outros bairros como Bairro da Paz, Liberdade, Pirajá, Itapagipe e cidades como Camaçari, Simões Filho, Vitória da Conquista e Feira de Santana também possuem núcleos do programa.
Como no Nordeste de Amaralina, em Salvador, Feira de Santana, também instalou seu núcleo de iniciação e desenvolvimento musical nas instalações do Csu. “É estratégico para diminuir a vulnerabilidade social que esses núcleos do Neojiba estejam instalados nessas comunidades. Eu vislumbro ainda mais vitórias desse programa dentro de outros locais. No Nordeste temos três anos de atuação e algumas das crianças que passaram por aqui já estão na Orquestra Neojiba, na OCA (Orquestra Castro Alves). É importante para as crianças e para as comunidades também”, disse Ipojucan. Ele também contou que é fruto do programa, do qual participa desde o começo, primeiro como músico, e agora como coordenador, reforçando um dos lemas do programa ‘aprende quem ensina’.
O Neojiba é um programa da Secretaria de Justiça Social, em parceria com o Instituto de Ação Social pela Música (IASPM), criado em 2007 para promover desenvolvimento e a integração social de crianças, adolescentes e jovens em situações de vulnerabilidade, através do ensino e da prática musical coletivos. Atualmente o projeto tem 13 núcleos que atendem cerca de 1700 crianças e jovens entre 4 e 27 anos, em Salvador e mais 29 municípios baianos.