O documentário “Samba Junino – De Porta em Porta”, obra assinada pelas cineastas Fabíola Aquino e Dayane Sena, será exibido, nesta sexta-feira (9), nos dois cineclubes Boca de Brasa: um no Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), em Valéria, às 15h, e outro no Subúrbio 360, em Coutos, às 19h. A entrada é franca.
Com financiamento da Fundação Gregório de Mattos (FGM), a iniciativa integra as ações de Salvaguarda do Samba Junino, coordenadas pela Prefeitura. O samba junino, tradição da capital baiana, é uma significativa manifestação popular da cidade e foi reconhecido como patrimônio cultural de Salvador, em 2018.
A ideia do documentário é contar histórias e curiosidades sobre como surgiu o samba junino e como se difundiu através da predominância da população negra. Além, claro, de evidenciar a colaboração para a música baiana, por meio de diversos artistas.
“O samba junino é uma expressão que surge de terreiros de candomblé, a partir dos sambas de roda que acontecem nesses terreiros, principalmente no final da década de 1960 e início da década de 1970, e ganha as ruas, numa proposta de celebrar o São João e os santos juninos. Isso ajuda a fortalecer as culturas de matriz de africana e acaba sendo uma ferramenta para combater a intolerância religiosa e o racismo, além de promover o fortalecimento das culturas negras.”, pontua o gerente de Equipamentos da FGM, Chicco Assis.
Ele avalia ainda que o reconhecimento do samba junino, para além de um estilo musical, reforça a importância do movimento popular para a sociedade. Isso porque promove valorização e reconhecimento de uma manifestação popular com origens nas culturas e tradições afro.
“O samba junino, que é uma expressão genuinamente soteropolitana, em meados dos anos 1990 sofreu um enfraquecimento. A partir de 2013, começou um trabalho de reorganização dessa manifestação e culminou com o reconhecimento como patrimônio imaterial da cidade, em 2018. Foram criados mecanismos para salvaguardar esse patrimônio. Temos o documentário, que é um grande registro disso, e o edital específico para o samba junino”, completa.
Consolidação – Inaugurados, respectivamente, em janeiro e dezembro de 2018, os Espaços Culturais Boca de Brasa – Subúrbio 360 e CEU de Valéria – vêm se consolidando nas comunidades de Vista Alegre e Lagoa da Paixão / Nova Brasília de Valéria. Os espaços têm promovido a pulsação da formação, da produção, da difusão e do intercâmbio cultural dessas duas comunidades.
É um projeto que, originalmente, foi criado como projeto itinerante. Era um caminhão palco que percorria as ruas de Salvador e promovia manifestações culturais. Desde abril deste ano, têm reunido, além das oficinas e encontros culturais, diversas exibições cinematográficas, entre elas o documentário que conta a história de luta da Comunidade Guerreira Zeferina.
Novidade – Chicco Assis revela ainda que estão em fase de implementação mais duas unidades do Boca de Brasa. Uma ficará localizada na nova sede da FGM, ao lado Espaço Cultural da Barroquinha, com a proposta de transformar a região em um grande quarteirão cultural. A outra unidade ficará abrigada no piso superior do Mercado Municipal, que está sendo reformado em Cajazeiras X.
Outras exibições – Além do Espaço de Cinema Glauber Rocha, no Centro, onde ocorreu o lançamento da obra na terça-feira (6), e dos Espaços Boca de Brasa Subúrbio 360 e CEU Valéria, o “Samba Junino – De Porta em Porta” será exibido em mais dois locais. No dia 11, a mostra será feita às 17h30, na Casa do Maestro, na Rua do Mestre Pastinha, 365, Federação. Por fim, o ciclo de lançamento do documentário será encerrado no dia 23, às 19h, no Colégio Estadual Cidade de Curitiba, na Rua Padre Luis Filgueiras, no Engenho Velho de Brotas.