O Casarão da Diversidade, no Centro Histórico de Salvador, recebeu a primeira edição do ‘Tarde das Pretas’, nesta quarta-feira (31), quando foram discutidas questões relacionados ao protagonismo das mulheres negras lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis. O encontro, promovido pela Coordenação de Políticas LGBT da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), é também uma referência ao Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, comemorado no último dia 25.
Segundo o coordenador estadual de políticas LGBT, Gabriel Teixeira, a proposta é aproveitar o Julho das Pretas para discutir as pautas das mulheres negras da comunidade LGBT. “A coordenação pensa essa possibilidade de diálogo como estratégia de fortalecimento e construção de uma rede de apoio. O Tarde das Pretas é pensado nessa forma, de criar um espaço em que essas mulheres negras dialoguem e falem de suas referências, conquistas, entre outros assuntos”, explicou.
Gabriel Teixeira acrescentou que o papel do Estado é estar à frente da condução de espaços como o Casarão da Diversidade. “É função do Estado sensibilizar e convocar a sociedade civil para o debate das pautas desse público também. Essa é uma pauta que não cabe apenas às mulheres pretas trans, travestis, lésbicas, as mulheres brancas também estão convidadas a participar e contribuir. A sociedade está mais do que na hora de se juntar para enfrentar qualquer violação de direitos”.
A programação do evento foi formatada com rodas de diálogos, palestras, intervenções poéticas e artísticas. A coordenadora da Casa Aurora, primeiro Centro de Cultura e Acolhimento da comunidade LGBTQ+, Selena Ramos, ressaltou a contribuição de iniciativas como o ‘Tarde das Pretas’. “ É importante que as mulheres pretas, no momento político que estamos vivendo, possam se unir e se encontrar para desenvolver estratégias de sobrevivência e ascensão. O evento ocorre nesse sentido de articulação e contribuição”.
Repórter: Jairo Gonçalves