“Liberdade não se compra. Dignidade não se vende. Denuncie o Tráfico de Pessoas!”, com esse conceito, o Governo da Bahia, por meio da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), abriu, oficialmente, a Semana de Mobilização Nacional da Campanha Coração Azul. O ato aconteceu no Casarão da Diversidade, equipamento também da SJDHDS, no Pelourinho, nesta sexta-feira (26), e contou com a presença do superintendente de Direitos Humanos, Jones Carvalho e do Coordenador de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Combate ao Trabalho Escravo na Bahia, Admar Fontes Junior, ambos da SJDHDS, além do vice-procurador chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT), Marcelo Travassos.
A campanha nacional, criada pelo Escritório das Nações Unidas (UNODC), é celebrada anualmente no dia 30 de julho. No Estado da Bahia, durante todo o mês, ações educativas, na capital e no interior, estão sendo realizadas com o propósito de alertar a sociedade para a denúncia desse tipo de crime, através dos canais oficiais Disque 100 e 180.
“Em pleno século XXI discutir que ser humano não é mercadoria é algo triste e agravante. Frente a este cenário, estamos intensificando nossas ações para educar a sociedade sobre o tema, mostrar como essas violações acontecem e onde acontecem. Quando a sociedade passa a compreender que esse crime existe e passa a denunciar, nós resgatamos mais vidas, devolvendo à vítima um direito fundamental que foi violado: a dignidade humana”, afirmou o Jones Carvalho.
O Estado da Bahia conta, desde 2011, com a Coordenação de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo (CETP-Ba). Nos últimos cinco anos, foram registradas mais de 100 denúncias no órgão, entre casos de tráfico de pessoas para fins de exploração sexual, adoção ilegal e trabalho análogo à escravidão. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o tráfico humano movimenta cerca de 32 bilhões de dólares por ano.
“Existe um perfil de aliciamento das vítimas. Geralmente homens são traficados para trabalhos forçados, enquanto crianças são traficadas para as indústrias de trabalhos têxteis, agricultura e pesca. Já as mulheres e meninas são tipicamente traficadas para o comércio de sexo – a exemplo da prostituição e outras formas de exploração sexual. É, de fato, uma rede criminosa, organizada e muito rentável, por isso que a força tarefa do Governo da Bahia vem intensificando sua atuação para combater essa prática criminosa”, esclareceu Admar Fontes Junior.
Após a abertura da Semana de Mobilização, inúmeros balões nas cores da campanha foram soltos em homenagem às vítimas e seus familiares, em frente ao Elevador Lacerda, com a participação dos representantes do poder público, da sociedade civil organizada e dos diversos órgãos que compõe a rede de atendimento às pessoas traficadas. O momento contou com a presença do Coronel e coordenador de Direitos Humanos da Polícia Militar da Bahia, Admar Fontes; da vereadora e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, Marta Rodrigues; Liane Durão, coordenadora da fiscalização do trabalho; e Waldemar Oliveira, presidente do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca-Ba).