Curto-circuito, incêndio, choques e conta de luz mais cara. Estas são algumas das consequências para quem não faz vistoria constante nas instalações elétricas ou permite que elas sejam malfeitas. Condutores mal isolados, por exemplo, aumentam consideravelmente o risco de choques. Mas, muitas vezes não sabemos quando devemos nos preocupar com esse assunto que quase sempre passa despercebido no dia-a-dia.
O engenheiro eletricista e coordenador de ensino do Centro de Capacitação em Tecnologia da Loja Elétrica (CCT), João Carlos Lima, destaca que a estimativa de vida dos condutores é de até 40 anos, quando respeitados os requisitos exigidos pelas normas e também dependendo da qualidade dos materiais utilizados nas instalações. Mas, para que os equipamentos funcionem adequadamente e possam ter uma vida útil maior, o especialista recomenda cuidados como:
- Não ligar vários aparelhos na mesma tomada utilizando multiplicadores (benjamins). Essa prática causa aquecimento no ponto de contato que pode se propagar por toda fiação e, consequentemente, comprometer a isolação dos condutores, causando curto-circuito e danificando toda instalação;
- Nas instalações embutidas a fiação deve ser protegida pelos eletrodutos (tubulação). Isso garante a vida dos condutores, porém o limite de ocupação deve ser respeitado;
- As emendas e derivações dos condutores devem ser feitas de forma adequada e com materiais de qualidade. Isso garante bom contato elétrico e evita fuga de corrente.
- O aumento elevado na conta de energia elétrica pode indicar fuga de corrente causada por condutores mal isolados. Instalar o Interruptor Diferencial Residual (conhecido como interruptor “salva vidas”) pode ser uma boa solução para evitar esse imprevisto, além de manter as instalações protegidas contra choques.
As instalações provisórias também merecem o mesmo cuidado na segurança. Geralmente são utilizadas em feiras, exposições e no final do ano em decorações natalinas. “Ao executar uma instalação provisória, elas são submetidas às mesmas normas técnicas de uma instalação elétrica convencional (a NBR 5410)”, afirma.
João Carlos também explica que no caso do SPDA, Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas, por exemplo, a norma que rege o assunto (NBR 5419), visando manter as edificações mais protegidas, foi atualizada em 2015 e apresenta novidades, como a necessidade de realizar uma vistoria visual do equipamento semestralmente e a instalação do dispositivo de proteção contra surtos (DPS), em todos os quadros elétricos.