Integra sugeriu que a passagem fosse reajustada para R$ 4,30, mas valor não foi aceito pela prefeitura; impasse que se arrasta desde dezembro pode chegar ao fim na Quarta-Feira de Cinzas
Mais uma reunião entre a Secretaria de Mobilidade Urbana e a Integra (Associação das Empresas de Transporte de Salvador) para discutir o reajuste da tarifa de ônibus em Salvador terminou sem acordo.
O encontro foi realizado nesta quinta-feira (27), mediado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), sob responsabilidade da promotora Rita Tourinho. A novela se arrasta desde o final de dezembro do ano passado, mas, segundo Tourinho, pode chegar ao fim até Quarta-Feira de Cinzas (6).
“A sugestão da prefeitura é de R$ 4,00, com algumas ressalvas condicionadas. Entre outras coisas mais dentro do contrato, o aumento ficou condicionado à questão da renovação de frota. A prefeitura apresentou uma proposta de Termo de Ajustamento de Conduta, o TAC, que as empresas ficaram de analisar. Se assinar, vai sair o aumento. Mas sem a assinatura desse termo, não haverá aumento”, disse a promotora.
Ainda segundo ela, consta no acordo que, ainda em 2019, a Integra terá que investir em 250 ônibus com ar-condicionado. “O cronograma para renovação da frota é gradual”, afirmou.
Empresários queriam passagem a R$ 4,30
Conforme foi apurado, a auditoria realizada pela Arsal (Agência Reguladora e Fiscalizadora dos Serviços Públicos), a pedido da Prefeitura de Salvador, apontou que o aumento na tarifa não deveria chegar na casa dos R$ 0,10. Ainda assim, os empresários pedem reajuste de R$ 0,60, o que resultaria na passagem no valor de R$ 4,30.
A auditoria analisou, ao longo de oito meses, o sistema de bilhetagem, além de avaliar toda a parte técnica envolvendo os gastos com itens como combustível, motoristas, tempo do veículo para concluir o trajeto e percursos com tráfego mais intenso.
Ainda assim, após o levantamento, a informação que se tem é de que o prefeito ACM Neto só aceitaria reajustar a tarifa em até R$ 0,30, sob a condição de renovação da frota. Assim, o valor passaria de R$ 3,70 para R$ 4,00.
No relatório apresentado pela Integra, um dos pontos reclamados é referente a uma perda de 20 milhões de passageiros. Mas o levantamento da Arsal revela que o montante não foi tão alto, fazendo ainda um comparativo com outras capitais do País, que também tiveram o número de usuários do transporte público afetado pela crise.