Ao contrário do que ocorreu na disputa passada, o PP não abrirá mão de indicar um nome para suceder o pessedista Ângelo Coronel na presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). A confirmação vem do próprio presidente do partido, o vice-governador João Leão.
Conforme ele explica, além de ter cedido espaço ao PSD no pleito anterior e a suplência do Senado na chapa do governador Rui Costa (PT), é preciso levar em conta que os pessedistas já têm na cota o comando atual da AL-BA e da União das Prefeituras da Bahia (UPB).
Ele cita ainda, que o PT já é detentor do cargo maior, que determina todos os espaços, enquanto o PP tem a menor fatia do bolo por vir sempre cedendo espaços aos aliados.
“E dessa vez não abro mão, o PP não abrirá mão”, frisou.
As conversas, entretanto, só devem se afunilar após o segundo turno das eleições, já que todas as atenções se voltam para emplacar Fernando Haddad (PT) na Presidência da República.
Embora ainda não confirmem, o deputado Nelson Leal é a principal aposta para representar o partido na busca pelo maior número de apoios, conforme circula nos corredores do parlamento.
Além dele, Aderbal Caldas estaria no rol de possibilidades. Ambos possuem experiência de cinco mandatos na Casa.
Assim como Leão, o secretário-geral do partido Jabes Ribeiro também já havia deixado claro a legitimidade da sigla ser a protagonista do processo.
Em setembro, antes do primeiro do turno das eleições, ele afirmou em contato com a reportagem que após o processo eleitoral o assunto entraria na pauta.
“Entendemos o protagonismo do governador, mas vencidos esses critérios, evidentemente, temos interesse de discutir o assunto por entendermos que também temos o direito, legitimidade de indicar um nome. Afinal, temos apoiado outros candidatos ao longo de todos esses anos”, justificou na ocasião.
As eleições ocorrerão no início do próximo ano. No último pleito, o cargo foi disputado pelo então presidente, Marcelo Nilo (PSB), à época no PSL, e por Luiz Augusto (PP) e Angelo Coronel (PSD), que acabou eleito. Na reta final, o pepista decidiu apoiar o pessedista.
Por Fernanda Chagas