Por Juliane Funro*
Vamos por partes:
O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, que representa toda a soma de riquezas produzidas pelo país, aumentou exponencialmente nos governos petistas, mesmo sob o turbilhão da crise econômica internacional de 2008.
A Inflação em todo esse período se manteve na meta, mesmo com as pessoas consumindo mais e com o rendimento das famílias crescendo.
O desemprego caiu continuamente, fazendo o Brasil chegar a marca da menor taxa histórica de pessoas desempregadas, em 2014, com menos de 5% e não somente cresceu o emprego como cresceu o emprego formal. Nós passamos de uma taxa de trabalhos com carteira assinada de 23% em 1995 para 49,6% em 2015
Nesses anos nós não precisávamos escolher entre “emprego” e “direitos”, nem entre “emprego” e “salário”. O nível de emprego cresceu, a formalização também e o salários não ficaram pra trás!
Salários mais altos, desemprego baixo e políticas sociais fizeram o Brasil reduzir um dos seus principais problemas: A pobreza e a extrema pobreza.
E isso tudo leva a uma redução de outro grave problema brasileiro, a desigualdade social. O índice de GINI calcula a desigualdade de renda no país; quanto mais próximo de 1 mais concentrada e quanto mais próximo de 0 menos concentrada é a renda nacional.
Por fim, algumas pessoas poderão pensar que todos esses ganhos sociais foram à custa do endividamento público e da “quebra” do Estado brasileiro. Esse último gráfico mostra que até 2015 em todos os anos dos governos petistas, o estado gastou menos do que arrecadou. Isso mesmo.
“Superávit primário” significa a diferença positiva entre o que o governo arrecada e o que ele gasta. Ou seja, se o governo arrecada 200 e só gasta 150, os 50 restantes ficam como uma “economia”, o que chamamos de superávit. Dessa forma, o PT não quebrou a máquina pública, pelo contrário, em todos os anos ele arrecadou muito mais do que gastou.
A maior crise econômica que o Brasil já vivenciou – que iniciou em 2015 – é, em parte responsabilidade da crise política que levou a presidenta Dilma a adotar o programa liberal dos candidatos derrotados. A outra – e maior parte – se deve à política econômica aplicada pós impeachment. Todos os dados apresentados aqui pioram somente a partir desse período. Ou seja, quem aprofundou essa crise foi o mesmo projeto liberal, privatista e antipovo que hoje é radicalmente reafirmado pelo assessor econômico do candidato Jair Bolsonaro.
A menos que você não se importe com o desemprego, com a pobreza, com o trabalho formal ou com o rendimento dos salários, você tem boas razões para duvidar da frase pronta: “O PT quebrou o país”.
Fonte: Todos esses gráficos são do Centro de Altos Estudos Século XXI e estão disponíveis aqui.
*Juliane Furno é doutoranda em Desenvolvimento Econômico na Unicamp, formadora da CUT e militante do Levante Popular da Juventude.
Fonte: Brasil de Fato