Os estrategistas do PSDB têm defendido que, pelo apoio de Michel Temer e do MDB, o pré-candidato tucano ao Planalto, Geraldo Alckmin, garanta um cargo para o atual presidente da República, a partir de 2019.
O emedebista é alvo de quatro inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). Duas das investigações foram barradas por decisão da Câmara dos Deputados, e só podem ser retomadas a partir de janeiro próximo, quando ele perder o foro. As outras duas estão em tramitação na Corte.
De acordo com informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, é cogitada, por exemplo, a nomeação de Temer para uma embaixada. Dessa forma, o foro especial estaria garantido, impedindo que o já ex-presidente seja alvo de medidas cautelares determinadas por juízes de primeira instância.
O advogado de Temer, Antonio Claudio Mariz de Oliveira, tem afirmado que, a partir de janeiro, “começará uma ativa e intensa ação persecutória, de investigação, do Ministério Público Federal e da Polícia Federal” sobre o presidente.
Ainda conforme a colunista, caso Alckmin não ganhe a eleição, ainda há João Doria e Márcio França, aliados do tucano, que podem ser eleitos para o governo de São Paulo. Neste caso, Temer poderia ser acomodado em um cargo da estrutura estadual. Tanto Doria como França querem o apoio do MDB no estado.
Histórico
Na primeira denúncia arquivada pela Câmara, apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR), Temer é acusado de ter se aproveitado da condição de chefe do Poder Executivo para receber, por intermédio de um ex-assessor, Rodrigo Rocha Loures, “vantagem indevida” de R$ 500 mil. O valor teria sido ofertado pelo empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS, investigado pela operação Lava Jato.
Na segunda denúncia, Temer e parlamentares do MDB são acusados de participação em suposto esquema de corrupção envolvendo integrantes do partido na Câmara, com objetivo de obter vantagens indevidas em órgãos da administração pública.
Em relação aos dois inquéritos em tramitação no STF, um apura suspeitas de repasses da Odebrecht a campanhas eleitorais do MDB, em troca de vantagens para a empresa, e outro investiga o favorecimento de empresas do setor portuário, por meio de decreto assinado por Temer, em maio do ano passado.
No desenrolar deste segundo processo, amigos do presidente chegaram a ser presos, durante a operação Skala, entre eles o advogado José Yunes, o coronel João Baptista Lima Filho e o ex-ministro Wagner Rossi.