A Petrobras anunciou que vai fechar a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia (Fafen-BA), que fica no Polo Industrial de Camaçari, região metropolitana de Salvador. A medida pode impactar no emprego de 700 trabalhadores. A fábrica está instalada no local desde 1971.
A Petrobras alegou problemas financeiros. Somente em 2017, conforme a empresa, a fábrica, que produz principalmente amônia, ureia e gás carbônico, teria dado um prejuízo de R$ 200 milhões.
No local atuam 404 funcionários terceirizados, que podem ser demitidos, e outros 295 funcionários concursados, que podem ser transferidos para outras unidades da estatal.
“O prejuízo para nós, trabalhadores concursados, é justamente uma mudança busca na nossa rotina e isso envolve toda a nossa família. Ou seja, mudança de imóvel ou até mesmo mudança para fora do estado”, destaca o inspetor de segurança José da Guia.
Antônio Oliveira é trabalhador terceirizado e atua no local há 9 anos. Assim como os colegas, está com medo de perder o emprego. “Está todo mundo triste, abatido, pensando no futuro, se a fábrica vai fechar ou não”, diz.
Além dos possíveis desligamentos, há receio de que o fechamento da fábrica provoque um efeito dominó: o encerramento das atividades de outras empresas em Camaçari, como as que trabalham diretamente prestando serviços como a manutenção de equipamentos.
O Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA) contesta as informações da Petrobras sobre prejuízos causados pela unidade.
“Pagamos por ano à Petrobras R$ 500 milhões só em gás natural, que é apenas uma das matérias-primas para a fabricação dos nossos produtos. Então, se por um lado a Petrobras alega que a Fafen dá prejuízo, por outro lado ela mesmo lucra vendendo o preço sobretaxado”, afirmou Jailton Barbosa, presidente do sindicato.
Em nota, a Petrobras informou que vai fazer o possível para transferir todos os concursados para outras unidades da estatal. Já com relação aos terceirizados, a Petrobras informou que a responsabilidade é das empresas contratadas.
A estatal disse, ainda, que o abastecimento de ureia vai ser feito por importação, sem prejuizo para as companhias de adubo.
Fonte: G1