O contato com a arte é uma das estratégias adotadas pelo Centro de Atendimento Educacional Especializado Pestalozzi da Bahia, localizado em Ondina, para o acolhimento dos estudantes com autismo e as suas famílias. Durante toda esta semana, o Centro está envolvendo os estudantes, as mães, os pais e os responsáveis em atividades que envolvem a pintura e a colagem, por exemplo, possibilitando momentos de muita integração e de aprendizagem.
A Pedagoga Emanuela Cerqueira tem o filho de 2 anos matriculado no Centro Pestalozzi da Bahia e fala que as atividades desenvolvidas foram determinantes para que pudesse compreender e ter o suporte necessário para às demandas da criança. “Meu filho é um sonho, mas foi um choque quando descobri que ele era autista. Quando cheguei no Pestalozzi ainda estava na fase do luto, sem querer aceitar o que estava acontecendo. Mas aqui, fui orientada como lidar com essas fases que os pais passam e com a situação. Hoje, ele já faz Educação Física e eu fico impressionada como está desenvolvido. Aqui, meu filho é atendido com total dedicação e qualidade. O ambiente é propício, sendo muito importante para o desenvolvimento deles”, afirma a mãe.
O diretor do Pestalozzi, Ricardo Baqueiro, fala que este momento de acolhimento é fundamental e que o Centro se prepara, com os professores e profissionais de diferentes áreas, para estabelecer um ambiente harmônico, acolher e favorável para os estudantes e as famílias que estarão juntos no Centro durante todo o ano letivo. “Os acompanhantes ficam aqui no Centro aguardando os seus filhos e a gente procura oferecer atividades diversificadas para eles terem um tempo produtivo. Então, nesse início de ano, começamos com as oficinas de arte, com a intenção de promover a integração e ao longo do ano vamos disponibilizando outras ações”, conta o diretor.
No Pestalozzi, o estudante participa de aulas de música, informática, artes, educação física, jogos pedagógicos, horta, tudo com a supervisão e orientação de profissionais especializados. A pedagoga do Pestalozzi, Andréa Castro, fala sobre a metodologia adotada a partir da Semana de Integração. “Eles vêm de um período de férias, estão adaptados em casa. Então, precisamos realizar esse acolhimento até começar a aplicar o plano de atendimento com brinquedos, jogos, vídeos educativos e outras atividades para, assim, desenvolver um bom trabalho”, afirma.
No Centro Pestalozzi, os ambientes são preparados para acolher os 250 estudantes matriculados, em 2018, de acordo com o perfil, a necessidade e o desenvolvimento das habilidades de cada um. Ao todo, a unidade possui 20 salas de atendimento e espaço de recreação.A família também é beneficiada com diferentes serviços, a exemplo de atendimento psicológico e nutricional. Dona Adenildes Itaparica, por exemplo, fala sobre este suporte que ela e o filho de cinco anos recebem. “O apoio e o atendimento que recebemos também é fundamental para o acompanhamento do desenvolvimento dos nossos filhos. Já tive consultas com psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais e outros profissionais qualificados para nos orientar sempre que precisar. Depois que meu filho entrou no Pestalozzi, há 3 anos, e começou a fazer terapia, ele desenvolveu muito com a escrita, a interação social, começou a gostar de artes e a fazer coisas que ele tinha dificuldades”, comemora.
Sérgio Portela também tem um filho autista matriculado no Pestalozzi e fala sobre a importância desta integração promovida com as famílias. “Meu filho já tem um ano aqui e eu sempre que posso venho acompanhá-lo nos exercícios. Ele fica mais tranquilo e consegue executar tudo direitinho; jjá trabalha com a coordenação motora e realiza brincadeiras. Agora, ele está praticando aulas de educação física e começando a identificar as cores”, sorri.