Para que todos terminem 2017 em clima de paz e amor, o site G1 fez um guia com 7 dicas para evitar brigas durante as festas de fim de ano com família e amigos. As psicólogas Naiara O. Mariotto, especialista em equilíbrio emocional e relacionamentos, e Ellen Moraes Senra, que foca em terapia cognitiva-comportamental, ajudaram a gente nesse guia. Bom fim de ano!
1 – Política: deixa pra 2018
No ano que vem teremos eleições no Brasil e a gente precisa de informação para votar com consciência. Mas estamos há alguns anos nesse clima tenso de discussões políticas, já brigamos com amigos e parentes nas redes sociais e as pessoas estão cansadas. As discussões são importantes e podem ser produtivas, mas a troca de opiniões diferentes sobre o tema fica frequentemente muito… “acalorada”. Dificilmente pensamentos mudam em um papo rápido, quando o clima é de “quem vai ganhar a discussão?”. E quantas vezes não vimos essa história terminar em ofensas entre garfadas de peru e farofa? Isso pode azedar a festa.
“Os nossos pensamentos são formados a partir dos nossos valores e das nossas crenças. Aquilo que vem ensinado pelos nossos pais e as nossas experiências de vida formam nossos pensamentos. Como a questão de opinião está ligada às crenças e vivências de cada um, o ideal é que você não tente mudar a outra pessoa, porque você não vai conseguir. Os pensamentos das pessoas só mudam com as experiências delas”, explica Naiara O. Mariotto.
2 – Beba com moderação
Em várias casas brasileiras, bebida alcoólica faz parte das festas de fim de ano. Pode favorecer um ambiente de risadas e também mais relaxado. Mas pode dar ruim. Se o clima entre você e algum parente não anda bom, é importante evitar os excessos. “Depois que o álcool sobe, as inibições baixam e você pode gerar situações constrangedoras”, lembra Ellen Moraes Senra.
Uma pesquisa do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, mostrou que dependentes de álcool perdem a capacidade de reconhecer emoções em expressões faciais. Não beba a ponto de não perceber a cara de irritação dos parentes enquanto você faz a mesma piada pela 37ª vez. Ou se a piada for ofensiva…
3 – E as namoradinhas?
A gente até gosta de falar da vida nas redes sociais, mas não é todo assunto que queremos conversar com o tio-avô do primo de 2º grau. Quem dá a dica para fugir de perguntas desconfortáveis é Ellen Moraes Senra: “Tente responder uma pergunta com outra pergunta. Se a pessoa for daquelas que não se importa em falar da própria vida, ela vai passar um bom tempo falando dela. Aí depende de você ter um pouco de paciência. Se a pessoa for daquele tipo que não gosta de falar da vida, ela vai entender o recado, porque vai se incomodar com as suas perguntas”.
Se não tiver pra onde fugir e não aguentar mais ouvir sobre os problemas da vizinha, aqui estão algumas sugestões de tema para você puxar uma conversa mais interessante (ou confortável):
-Temos mais um Star Wars!
No dia 14 de dezembro estreou “Star Wars: os últimos Jedi”. O 8º filme da saga reforça o conceito de Luz e Escuridão ou Bem e Mal, mas mostra que pode existir uma área cinzenta entre os dois lados. Se tiver tentando escapar de uma daquelas conversas políticas de “lados”, pode ser uma boa saída.
-Bitcoin? Dá pra guardar no cofrinho?
Bitcoin é uma moeda virtual que tem atraído investidores em todo o mundo. Ela ainda não é regulada por bancos centrais e o investimento é considerado de alto risco. O G1 fez uma lista de “perguntas e respostas” sobre Bitcoin que vai te fazer parecer o nerd da família.
-Mas prefiro preto!
A Pantone, empresa americana de consultoria de cores, divulgou que a cor de 2018 é o “ultravioleta”. Todo ano eles escolhem uma cor que simboliza tendências de moda, design e humor cultural. Acho que ninguém vai brigar aqui (talvez só a sua prima gótica-suave que usa preto até no réveillon).
4 – Passas no arroz
Todo mês de dezembro há uma questão que racha o país: quem ama passas em tudo contra quem odeia passas em tudo. Vira o calendário e aquele arroz branquinho ganha o adocicado das passas. E a salada de batata. E o lombinho. E a farofa. Não tem para onde correr! “Não coma o arroz ou coloque o arroz no prato e separe as passas, mas bom senso é primordial. Não cometa a indelicadeza de criticar quem cozinhou”, diz Ellen.
Outra treta alimentar bem comum é “já acabou a rabanada?”. Se a festa tiver 10 convidados e o prato de rabanadas tiver umas 30 fatias, não é aconselhável comer 20. Fim do ano é tempo de compartilhar. Deixe um pouco para seus primos e evite confusão.
Ah, a ciência explica porque algumas comidas ficam mais gostosas ainda no dia seguinte. Se sobrar alguns pratos da ceia e quiser levar marmita pra casa, peça com jeitinho. E devolva as vasilhas depois! Roubo de pote pode dar briga…
5 – Abaixa o som!
Sua tia quer ouvir o especial do Rei, você quer sarrar com seus primos ouvindo Pabllo Vittar e a sua avó quer ouvir o CD do padre Fábio de Melo. Isso é confusão na certa! Como o dono da casa é quem manda, a playlist fica, a princípio, por conta dele. Não fique bravo com isso. Se a música não te agradar, puxe um papo com o anfitrião, peça para te atualizar sobre os últimos acontecimentos da vida ou vá para um canto mais tranquilo. De repente, você pode ser escalado para as carrapetas, mas se lembre que a noite é de agradar a pista.
(Aqui temos a lista das mais ouvidas no Spotify em 2017. De repente um papo sobre os sucessos do ano pode render. “E ‘Despacito’, hein?”)
6 – Esteja presente
Já que a gente se arruma para ficar na sala, então aproveite o evento. E faça isso antes que alguém brigue com você por não sair do WhatsApp! “O celular ajuda muito, mas ainda não supera o prazer do contato com as pessoas”, diz Naiara. Converse com as pessoas, abrace a avó, brinque com os primos mais novos, escute sobre o emprego novo do tio, organize brincadeiras, sirva a mesa, faça fotos da família… O Facebook vai continuar lá amanhã!
A gente sabe que é quase impossível desgrudar da tela, mas o uso abusivo de celulares tem levado muita gente à depressão e outros transtornos. Em todas as idades! Os tratamentos de ‘detox’ incluem terapia e técnicas que chamam atenção para prazeres da vida real. O pavê da sua mãe é um deles. Aproveite!
7 – Presentão ou lembrancinha
Você chega na festa da família levando só o presente do amigo secreto e descobre que todo mundo levou lembrancinha. Ou compra um presentão para o seu irmão e ganha um chaveiro. “O maior problema nesses casos são as expectativas. Quando aquele desejo não é realizado, vem a frustração. Nesses casos, o ideal é trabalhar a sua expectativa. Separar o seu desejo da realidade”, sugere Naiara. Se o clima na sua família costuma ficar estranho nessas situações, esclareça antes da festa como vai ser a troca de presentes. Assim todo mundo vai preparado e ninguém fica triste ao ganhar uma meia.
Se todo mundo estiver com a corda no pescoço, gastando mais do que ganha e prometendo que “no ano que vem o presente será melhor”, a gente tem aqui a calculadora de gastos do G1. Assim vocês já começam 2018 economizando e ficam sem desculpas na hora do próximo amigo secreto.